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19 setembro 2009

O COMBOIO DO CATUR

(Por A. Paulo)
 
Já  agora deixem-me recordar a viagem do nosso comboio a que se refere o meu amigo Santa. Parece que tem muita “pintura” mas a história é verdadeira.


      O trem a vapor era do tempo do oeste americano. A linha era tão estreita que os carris mais pareciam os do eléctrico. As carruagens acompanhavam e complementavam o resto do cenário. Até parece que tinham as rodas quadradas.
      Saímos do paquete Vera Cruz, em Nacala e como era normal nestas coisas, mas para nós era a primeira experiência, muito apreensivos. No cais tínhamos a recepção há muito desejada e esperada pelos VELHINHOS. Homens queimados pelo sol africano, com os camuflados amarelados e esfarrapados pelo uso, deram-nos as boas vindas. “Ó checa sai do barco”, gritavam uns. “O barco é nosso, ó checa”, proferiam outros em explosão de alegria.
      Os “checas” éramos nós. Era o nome dado aos “maçaricos” que chegavam da Metrópole com as suas fardas verdinhas, quase engomadas e a cheirar a naftalina. Que lindo nome nos arranjaram.
      Aqui a conversa já era outra, pois os galos de crista vermelha que empoleirados no seu trono viram desfilar os franganotes em Lisboa e Lourenço Marques, já cá não estavam. “Meus filhos, tomai esta ração, crescei e façam-se frangos do campo e... o resto salve-se quem puder”.... As ordens são para cumprir e não se discutem.
      “Ó pessoal vamos lá receber as armas”, gritou alguém da nossa CCAV. E o nosso pessoal alinhado lá se foi chegando aos camaradas da companhia cessante, que com a amabilidade e tratamento personalizado q.b., fizeram a entrega da inseparável espingarda G-3. ...E agora para o comboio que se faz tarde.
      Parece-me que nos estavam destinadas três carruagens, que tivemos de dividir da melhor maneira, para homens, armas e bagagens, a contar com os dois dias de viagem que tínhamos pela frente até ao final da linha – CATUR. Que sorte a minha ter arranjado um pequeno espaço no corredor, que com os papelões das caixas das rações de combate e uns centímetros roubados à casa de banho, de porta aberta, proporcionaram a minha confortável cama.
      E lá arranca o malfadado comboio puxado por uma pequena maquineta a vapor, lento como o caracol, com destino às portas da guerra – Nova Freixo.
      Passou a noite. O dia estava a amanhecer o que me fez levantar da minha improvisada cama, torcido claro, e olhar através da janela do meu “compartimento”. Ou eu estava tonto, bêbado de sono ou então levantei-me ao contrário. O comboio estava a andar para trás, com mais força do que andava para a frente. O que se passa?!...
      Era verdade. Aquela pequena máquina a vapor não tinha canetas para subir o desnível que tinha pela frente e então estava a fazer marcha atrás para apanhar embalagem para transpor o obstáculo. Sem êxito, claro, pois cada investida ao objectivo foi sempre um fracasso. Em bom português, “borrava-se” toda espalhando vapor por todo o lado. Por fim encontrou-se uma solução, que foi partir o comboio ao meio e levar metade de cada vez  à estação de Nova Freixo. Por fim chegámos à denominada “ZONA DE GUERRA”.
      Quem diria que ali perto da estação do caminho de ferro estava um laranjal!...
      “Ó senhor dê-nos lá uma laranja”, pediram algumas gargantas secas ao dono que ali se encontrava. “Tá bem, diz o homem, colham desta e daquela”. E então em escassos segundos as laranjeiras ficaram despojadas dos seus apetitosos frutos e quase sem folhas. Por acaso eram deliciosas e souberam bem.
      Agora a próxima paragem era já o Catur. Meteram o rebenta minas à  frente da máquina, que puxava as inúmeras carruagens do nosso comboio militar, agora ajudada por outra que no fim da composição empurrava como podia para concluir a sua penosa tarefa.
      Guerra é guerra!... E lá começamos a meter os canos das espingardas pelas janelas fora, não fosse o diabo tecê-las, para uma reacção mais rápida ao ataque dos “turras” que por ali poderiam andar.
      “Ó checa, a guerra é lá em cima”, gritavam os velhinhos, que perto da linha assistiam à passagem do nosso comboio.
      E foi aqui, nesta viagem inaugural, que começou a nossa PSICO. Centenas de bolas de queijo, concretos de fruta e outros excedentes das rações de combate eram lançados às crianças, nuas ou seminuas, que junto à linha, com a suas barrigas dilatadas, nos acenavam em sinal de agradecimento.
      Enfim Catur. Zona essencialmente militar onde os comboios chegavam ao fim da linha. Vários veículos militares –Berliet Tramagal- esperavam por nós para nos darem “boleia” até Lione. Naquele tempo o nosso GPS indicou-nos que o melhor era ir por Nova Guarda, via Vila Cabral, pois lá para os lados de Massangulo, (via alternativa) mais precisamente no caracol, havia muitas curvas,  o que poderia provocar muitos “enjoos” ao pessoal.
      Já  era noite quando chegamos ao nosso destino –Lione-, onde os velhinhos nos receberam com archotes e tiros para o ar e depois...... Ponto final, parágrafo. Cada um de nós tem a sua “história” para contar. Pode ser dura, mas é a realidade.
      Já  agora duas fotografias alusivas ao nosso comboio. 







Um abraço do Paulo










30 comentários:

  1. Boa tarde camarada PAULO.
    Diz o povo (ditado) quem procura sempre alcança,neste caso encontrei;alguem que tal como eu conheceu o comboio do CATUR.
    Casualidades ha pouco tempo acordei pensado no CATUR e afins ecomecei para aqui a rabiscar criando um blog chamado comboiodocatur-vilacabral.
    Como o tempo deixa marcas ja pouco me lembro das varias etapas desse tempo por isso sao apenas umas pinceladas criadas com a intençao de que mais camaradas do CATUR DESSEM UMA ACHEGA.
    Fico por aqui mas pelas datas o PAULO no Lione no final 1969-70dependia da ccs 2895 ZE DO CACHIMBO.
    Um abraço de futuro podemos conversar um pouco mais J.C.Marques

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  2. Palavras para quê?? É um notável escritor português! Depois deste incrivel "O comboio do Catur" alguém tem dúvidas?? Foi meu companheiro de guerra e aventuras em Moçambique e com o orgulho q.b. pertencemos à CCAV2415.
    Amigo Paulo, acho que em nome de todos aqueles que por aqui se vão entretendo (e que deviam ser muitos mais)o nosso obrigado. O artigo está sensacional, imperdível. Então aquela "Ou eu estava tonto,bêbado de sono ou então levantei-me ao contrário. O comboio estava a andar para trás com mais força do que andava para a frente. O que se passa?!" é hilariante. Dei umas valentes risadas!!
    Só para ler as tuas/nossas histórias vale bem a pena! Só lamento sermos sempre os mesmos a contribuir. Nunca imaginei que o "maralhal" fosse tão "envergonhado" para se chegar à frente!!
    Quanto ao novo "comentador" Quimarques seja bem vindo. Aqui no nosso blog irá concerteza relembrar vez em quando pinceladas do seu Catur, pois era um local da nossa área de acção.

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  3. Bom dia camaradas.
    Obrigado pelo acolhimento outra coisa nao esperava,mas ja agora se possivel responda-me a questao colocada na mensagem antetior conheceram ou nao o nosso comandante ZE do CACHIMBO o terrivel pois quando ia a VILA CABRAL quase todos os camaradas o evitavam pois o dito tratava a malta como estivessemos em LISBOA.
    Um grande ABRAÇO para todos vos Quimarques

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  4. Caro Quimarques,
    Bem-vindo ao nosso cantinho!
    Quamto ao zé do cachimbo confesso nunca ter ouvido falar em tal...
    Será porque a 2415 só esteve no Lione até fins de Maio ou início de Junho (de 1969)? Depois disso fomos fazer intervenção (Luatize, T. Valadim...)
    Aguardemos que outro comentador dê mais achegas.
    Poderá notar que já acrescentei, com muito gosto, o seu COMBOIODOCATUR à lista dos nossos links ! .
    Um abraço.

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  5. Boa noite obrigado mais uma vez.
    Afirmativo nos so chegamos ao CATUR em novembro de 1969 e ai permanecemos ate setembro de 1970 tendo depois acampar em FURANCUNGO-TETE.
    No entanto penso que durante esse curto tempo tenham passado por VILA CABRAL nos iamos la penso que as quartas feiras, os nossos carros tinham desenhado e escrito leopardos e todo o pessoal logo que via estes simbolos preocuocupavam-se em saber se o ze do cachuibo tambem conhecido por fifi estava ou nao,era um pavor.
    Esquecendo agora isto o que importa mesmo e nossa disposiçao para falar da nossa passagem (GUERRA)por aqulas bandas que seja por muitos mais e bons anos Abraço camaradas.
    Quimarques

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  6. Saudações para todos os camaradas ex-combatentes,em especial para os como eu,estiveram no Catur,Vila Cabral,Malapisia,Massangulo,etc.etc.pois tive o previlegio de conhecer a maior parte do Distrito do Niassa,por ter estado na Com.de transportes,embora pertencesse á C.Caç.2623 "Espartanos" B.Caç.2895,mas por motivos de temperamento deram-me como prémio uma estadia gratuita durante oito meses na dita C.Trans.
    Sou o Ferreira da Silva (Condutor)moro em Braga,e tenho por várias vezes comunicado com o meu amigo Joaquim Marques,que me parece que ainda hoje o Zé do Cachimbo lhe tira o sono!!!mas J. Marques,pior que o Zé do Cachimbo,era o f.p. do Major Montalvão...ou já te esqueceste dessa rica prenda?
    Foi um previlégio estar convosco no comboio do catur e vou dando noticias,até lá,abraços para todos e saudações "Espartanas".
    Ferreira da Silva.

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  7. Bom dia amigo F. SILVA.
    Obrigado por mais uma vez estares presente,vais a todas.
    A resposta acerca do M.Montalvao remeto-te para comboiodocatur-vilacabral blogspot.com pois esta pagina e dos nossos camadas 2415 e sera chato abusar.
    Um Grande Abraço para ti e todos os camaradas da 2415 .Quimarques

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  8. Caros QUIMARQUES e F.SILVA,
    Não façam cerimónia, temos muito gosto em que estejam aqui ! A sala é grande, cabemos todos, é uma honra receber visitas! Aliás, as vossas histórias são muito semelhantes às nossas e só enriquecem este nosso (e vosso!) espaço.
    Permitam-me que aproveite para estender o convite a todos os visitantes, quer sejam ou não da 2415 : Os vossos comentários serão bem-vindos!

    Um abraço.

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  9. As minhas humildes desculpas ao pessoal da 2415,mas tratando-se de ex-camaradas,já me sinto em casa,um abraço para anfitrião Manuel Soares.
    Ferreira da Silva

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  10. Eu tb. já não dispenso, quase diáriamente, uma viagem de comboio a vapor até ao Catur(ida e volta). Tenho ainda muito tempo à minha frente para andar de TGV!! São sempre bem-vindos à estação da CCAV2415. Afinal todos conhecemos os mesmos carris!!

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  11. Joaquim Martins19/11/09, 19:59

    A todos os militares que fizeram escoltas aos comboios entre Belém-Catur-Vila Cabral envio um abraço.Também participei nessas escoltas no período de 08/71 a 07/72 no troço de Belém-Catur.Uma mina e vários descarrilamentos foi o que aconteceu nesse período.Alguém se recorda do maquinista Grifo?.Um abraço do Joaquim Martins

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  12. Joaquim Martins21/11/09, 18:21

    Para completar o meu anterior comentário,informo os militares que no período no qual participei nas escoltas,havia comboios de mercadorias ás segunda-terça-quarta-sexta e de passageiros ás quintas e domingo.Nas escoltas participavam 4 militares no vagão rebenta minas da frente e 6 a 8 militares no vagão da retaguarda.No Catur a escolta de Belém,aguardava o regresso do comboio de Vila Cabral,utilizando o barracão á saída da estação para guardar o material.Um abraço,Martins

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  13. Joaquim Martins28/11/09, 18:38

    Para ajudar a escrever a história sobre os comboios do Catur,informo a morte do 1ºCabo Enfermeiro Miguel Luís dos Reis da Cart.2717 durante uma escolta no trajecto Catur-Belém.Este militar vinha no vagão da retaguarda e alguém disparou um tiro, com a bala a bater na blindagem e a fazer ricochete,vindo a mesma a atingir o infeliz camarada numa das vistas.Teve pouco tempo de vida,pois na chegada a Belém,foi logo considerado cadáver.Tinha 23 meses de comissão.Paz á sua alma.

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  14. É com grande satisfação que vejo que o comboio do Catur é já um grande COMBOIO. Já somos muitos a "utilizá-lo" e cada camarada tem a sua história para contar, umas mais tristes, outras mais alegres e outras assim, assim. Para mim todas fazem parte do cumprimento dum DEVER, que toda a sociedade deveria respeitar.
    Já agora que mais nos trazia o comboio quando chegava ao Catur?...(Esta era a última estação aquando da nossa estadia em Lione). Trazia uma carruagem restaurante onde serviam bons bifes, com batatas fritas e um ovo a cavalo, tudo isto regado com boa cerveja fresca. Qual vesícula, qual quê!?... Saudades. Um abraço do Paulo.

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  15. Joaquim Martins20/12/09, 15:22

    Como devem saber,não havia evacuações após anoitecer.Recordo que num domingo o comboio de passageiros regressou de Vila Cabral já com escuridão.No Catur foi decidido tanto pelo maquinista como pelo responsável militar,em avançar com esse comboio até Belém,sem olhar para uma situação de mina ou emboscada que poderia surgir.Foram desligadas as luzes no interior do comboio,só mantendo aquela que era projectada pela locomotiva na parte da frente.A viagem decorreu sem problemas,mas calculem o que poderiam surgir,no caso de haver acidente e haver feridos.É mais um episódio de uma guerra que de vez em quando,nos aconselhava a fugir ás normas constituídas.Um abraço

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  16. Joaquim Martins07/02/10, 17:24

    Como devem saber houve no final de 1971, um grave acidente ferroviário entre Nampula e Nacala.O comboio ia cheio de militares que regressavam á Metrópole.Havia militares do Bcac 2895 nesse acidente e certamente da Ccac 2623.Depois de terem estado numa zona perigosa como Niassa,alguns foram perseguidos pelo azar perto do navio (NIASSA)muito próximo de Nacala.Joaquim Martins

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  17. Tenho reparado que no período de 08/71 a 07/72 período no qual participei em escoltas aos comboios entre Belém e Catur,não me lembro do quartel que é mencionado nesta página.No entanto acredito que lá estivesse,pois os militares que faziam escolta do Catur a Vila Cabral eram de alguma unidade da zona.Mesmo o rebenta minas não era igual ao que aparece nas vossas imagens.Um abraço

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  18. BELA REPORTAGEM!!!!! continuem amigos GOSTEI..

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  19. Tambem estive a fazer escolta ao comboio VC e catur entre 1971 Março e 1972 maio.PEL REC 2293 alf carlos Heitor

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    1. Sou o ex Alf heitor gostava de o contactar

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    2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  20. Estive nesse quartel a construir as primeiras casernas em 1967.Recordaçôes?Só a carruagem restaurante para o bifinho,o camarâo e a Laurentina.A melhor recordaçâo?O comboio até Nacala,com cheiro a umas férias em Vila Pery a aguardar o NIASSA,para o retorno a casa.Sei que por esse quartel passaram mais algumas companhias,que melhoraram o quartel,pois já vi fotos desse melhoramento.Espero que tenham tido uma boa estadia e um feliz regresso a lisboa.

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  21. Fiz essa viagem, muito menina, em condições diferentes da vossa, é certo, mas ao escrever e recordar em livro (que saiu recentemente) fui procurar recordações que completassem as minhas e encontrei-as nalguns blogues - e neste, que evidentemente cito. Em todo o caso, quero agradecer este trabalho notável de preservação de tempos idos. E agradecer-vos por tudo, tão jovens, tão meninos, ao quais sem duvida, muitos de nós devem a vida. Os tempos mudaram, a História também, mas a gratidão não muda. Bem hajam.

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  22. Sempre o disse e continuarei a dizer, este "comboio do Catur" do Paulo é o melhor texto até aos dias de hoje que aqui foi apresentado no blog.
    Não tem nada que agradecer Manuela Gonzaga, fomos obrigados a fazer parte daquela trágica história. Só lamento tanta amnésia!
    Apareça sempre.

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  23. Joaquim Martins20/10/15, 19:39

    Catur será sempre por mim recordada, pois fiz imensas paragens devido a ter que aguardar o regresso dos comboios de Vila Cabral. Como estava colocado em Belém, as nossas escoltas eram para o trajeto Belém - Catur e sendo assim, passava algumas horas no Catur dava para dar umas voltas pelo aldeamento. Como Enfermeiro fazia algum atendimento ao pessoal , dando algumas aspirinas e fazendo alguns curativos mas em dimensão muito pequena pois a bolsa tinha muito pouco para as necessidades. Com isso arranjei algumas amizades e respeito da população. Provavelmente todos os adultos dessa época já faleceram, mas isso não impede de neste espaço eu agradeça a todos pelos bons momentos que passei com eles,
    Martins

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  24. companheiros tanto andei fujido de vos mas ja vus encontrei com muintas saudades pois tudo que venho a lere de todos os nosus camaradas e furmidabel sao coisas que nunca se poden esquecere eu deichei a companhia para ire para os comandos mas ficarao todos no coraçao abraço para todos

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    1. caro amigo.bem vindo ao portal.para o ano iremos novamente conviver no encontro que o xone ira organizar.esperamos por ti.um abraço

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    2. para o ano comemoramos 50 anos e gostariamos que estivesses presente..manda o teu contato

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  25. Sendo o comboio que ligava Nacala ao Malawi, antiga Niassalândia, a linha tinha a bitola normal, não era linha estreita como na gíria se diz. As máquinas tb não eram a carvão ou a lenha, eram a gasóleo, de resto, se olharmos bem para a foto inferior, poderemos verificar que a máquina não tem as chamadas e reais chaminés. Quanto ao restante...

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  26. Manuel Costa05/12/17, 10:20

    Olá, Camaradas. Fiquei surpreendido e bastante feliz por encontrar este "comboio" que me faz recordar tantas histórias da minha comissão. Fui alferes de reconhecimento (PelRec) na CCS do B.Caç 1936 que esteve no Catur entre Novembro de 1967 e Dezembro de 1969,tendo uma Companhia, a C.Caç.1799 em Malapisia e recebendo as Companhias independentes de Massangulo e Lione. No meu tempo, o comboio só chegava ao Catur, que era o fim da linha. Ali, descarregava tudo o que voltava a ser carregado nas colunas, militares ou civis com escolta militar. Fiz montes delas, primeiro pelo "Caracol" onde se costumavam levar umas fogachadas (flagelações) e mais tarde, quando foi aberta, pela picada de Luambala e Nova Guarda, onde, inclusivé tivemos um destacamento durante uns meses. Gostei de vos conhecer, contactar e conhecer as vossas histórias. Se quiserem contactar-nos, temos uma página no facebook "Batalhão de Caçadores 1936 - Moçambique 1967/69. Um grande abraço a todos ;)

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