23 abril 2021

DO VIVALDO...

Este texto foi enviado pelo nosso camarada da 2415 Nuno Vivaldo que foi enfermeiro da malta!

Ora bem: Em 1967, depois de sair do Quartel das Caldas da Rainha, fui para Coimbra para o Regimento de Serviço de Saúde (que era perto da prisão local). Lá fiz a parte teórica e depois fui fazer a parte prática de enfermagem, para o dito Anexo de Campolide do Hospital Militar.

Tu (em resposta ao meu texto sobre o anexo militar) em 1970, como vieste evacuado, já sabias mais ou menos o que encontraste no Hospital. Agora eu, que talvez  ainda fosse para o Ultramar, estás a ver o trauma que tive ao ver invisuais e camaradas decepados. Nunca me tinha passado pela cabeça que estávamos em guerra.

Ao tratar daquelas feridas, tentei sempre ajudá-los com pensamentos positivos. Nunca mais pude esquecer aqueles camaradas e ainda agora as lágrimas escorrem-me pela cara.

Do anexo, saí para Cavalaria 7 para formar companhia e uma coisa que me foi ordenada no hospital foi que, eu nunca dissesse o que tinha visto. Assim aconteceu naqueles dois anos que lá estivemos, esperando sempre que nada nos acontecesse.

Agora, estou a ser seguido por um Psicólogo na Liga dos Combatentes e provavelmente seguirei para Psiquiatria pois o medicamento que tomo há 50 anos já não faz efeito.

                                                                                   Por  NUNO VIVALDO


Amigo Vivaldo. Sempre que queiras enviar algum texto para o blog, não tenhas problemas que eu o encaminho para o mesmo transcrevendo-o.

           Com um grande abraço

                       SANTA


 

19 abril 2021

ORA BEM...

 Ora bem. A primeira dose já cá está! Recebi a primeira dose da vacina. A que me calhou, foi a famosa "Astrazneca". Não tive qualquer reação de vulto. Tudo normal. Agora, só no dia 8 do 7 é que vai a segunda dose. Espero poder andar mais descansado mas utilizando aquela velha máxima: o seguro morreu de velho! Sempre de pé a trás!

Mudando agora de cenário, vou transcrever para o nosso blog um artigo do meu grande amigo José Maia (grande deficiente), que saiu no último (elo). Tem por titulo: Parole, parole, parole.

Escreveu assim o meu grande amigo José Maia: Com toda a franqueza, nunca me convenceram de todo as retóricas, intervenções e oratórias ciclicamente ouvidas, quando das visitas à ADFA, de dignatários do poder político. Vem isto a propósito do texto do nosso camarada Fortuna, publicado no último Elo. Quase se poderá  dizer que está lá tudo. Claro, verdadeiro, realista, objectivamente esclarecedor na abordagem que faz relativamente ao tema em causa. Com a devida vénia, permito-me lembrar a parte final do artigo:  "(...) não basta que os representantes do Estado afirmem nos seus discursos que os Deficientes das Forças Armadas são credores de uma dívida por saldar, mas é honroso que concretizem com medidas o pagamento dessa dívida. A Guerra Colonial só acabará quando morrer o último descendente do último combatente".

A verdade nua e crua de uma situação que se arrasta há décadas, provocada pelo sistema fascista e que uma democracia parece não querer solucionar definitivamente, sem que haja pontas soltas-digo eu.

Credores da nação-prioridades das prioridades-excepção das excepções?!

Lindo de ouvir... Mas, depois do aplauso, outra vez a nostalgia, a frustração, a revolta, a imoralidade, a indignação.

Do céu ao inferno, ainda com ruído de fundo dos últimos aplausos, depois da audição de eloquente  e erudita demonstração oratória... Produto bem exposto, promessas, sublimes intenções...

Nos anos 60/70 do século passado cantava Dalila, artista francesa o tema de enorme êxito que se encaixa na perfeição "Parole, parole, parole".

Monumentos, estátuas, homenagens. Dispensam-se senhores!

Juventudes interrompidas, famílias desfeitas. Então?

Vergonha, senhores, e um pouco de bom senso. Façam, cumpram, só isso...

A verdade acima de tudo. Já somos demasiados velhos; os que vamos restando para sermos embalados...

Acreditando, confiando talvez, que o pesadelo se dilua e possamos ainda voltar a sorrir.

                                                                                    José Maia.

 Termino por hoje , desejando a todos uma óptima semana.

                              SANTA


08 abril 2021

SERÁ?

Será que já se vê a luz ao fundo do túnel? Será que é impressão minha? Deve ser esta última! Já se começou a desconfinar. E o que é que se vê? Tudo á balda minha gente. A balda é tanta, que quem tem as esplanadas já a funcionar pedem para que respeitem a lei usando máscara para que tudo não volte a fechar. O que se têm visto na televisão, dá que pensar. Claro, depois queixam-se se voltar tudo para trás e acabar a brincadeira! Nunca pensei, que houve-se tanta gente com falta de respeito. Por todo o lado o ser humano esta a perder as qualidades que devia ter: A QUALIDADE DE SER HUMANO. È por isso que andamos todos de pè... Não é só o caso da pandemia, é também na vivência entre outros países. O que se está a passar agora no norte de Moçambique, mostra bem quanta brutalidade e crueldade do ser humano para com iguais seres humanos. Gente indefesa,  e então as crianças. Para quê? Qual o benefício de tais ações? Será que alguém tem resposta credível para tal situação? Para onde se caminha? Que quer o homem fazer deste planeta? Destruí-lo? Para quê? Ao destruí-lo está a destruísse a si próprio.

Amanhã (dia 9),vai-se comemorar pela primeira vez o Dia do Combatente da Guerra Colonial. É verdade que para muitos não ligam nada a isto, para outros não havia de existir nada disto e ainda para mais alguns tudo isto serve para caluniar quem lá andou. Mas tudo isto é o que menos importa. Os senhores de agora podem bem falar, pois foi á custa do sacrifício de todos nós e dos que lá morreram e ficaram deficientes, bem como aos Capitães de Abril que hoje usufruem da liberdade que lhes deu o 25 de Abril. Para aqueles que teimam em nos incriminar, nós dizemos: "Os cães ladram e a caravana passa".

São quinze horas. Hora a que estou a escrever este texto. O sol está a entrar-me pela janela dentro como qual holofote que me ilumina. Ao mesmo tempo penso como é possível amanhã estar já a  chover? Pelo menos é o que  dizem os homens do tempo... Mas, os prodígios da Natureza são insondáveis! Sendo assim, vou terminar, pois ainda hoje tenho que dedicar algum tempo á minha cultura de "morangos". Isto é: vou tirar-lhe algumas folhas velhas e apanhar alguns que já estão maduros. É um dos sítios onde passo o tempo de confinamento e tratar ainda da minha coleção de catos e do resto do jardim. Claro, ainda sou dos poucos que pode ter este bem. É ter uma pequena área de terreno que me chama para sair de casa e andar entretido...

E pronto. Por hoje é tudo. Desejo a todos muita saúde.

 Com um grande abraço

              SANTA

01 abril 2021

PÁSCOA...


 Num tempo incerto nas nossas vidas devido á pandemia o Blog   deseja a todos os companheiros da 2415 e suas famílias, bem como ás famílias daqueles que já nos deixaram, uma Santa Páscoa com muita saúde. Este mesmo desejo, é extensivo a todos aqueles que o visitam.




Pelo Blog
SANTA