Eu fiquei sozinho algum tempo em V. Cabral à espera de ser evacuado para o Hospital de Nampula. A partir daqui, nunca mais tive contacto com a minha companhia.
Foi como tivesse deixado uma família. Mas a vida é mesmo assim. Deixei uma família mas ganhei outros amigos na caminhada que fiz pelos hospitais. Amigos e amigas. Diga-se!
E é assim. O tempo vai passando, e é o passar do tempo que faz a história das coisas. É o desfolhar as folhas da história por onde adamos, que faz com que estejam presentes no nosso dia a dia os episódios nela contidos.
Dentro da rotina do nosso dia a dia, há sempre um flash ó mais de uma destas páginas, pois mais que queira-mos elas são desfolhadas. Vejam: eu lembrei-me sem querer, que neste mês de Junho quando estava por lá, tinha acontecido qualquer coisa que não tinha sido nada bom. Mas, no Domingo passado, de repente (lá está) um flash! Tinha feito cinquenta anos no Sábado (até baralhei um pouco a data) do então desastre de Mopeia. Assim como esta situação, vêm sempre outros acontecimentos. Todas estas coisas funcionam como um despertador. Todas estas memórias só serão apagadas do nosso cérebro quando ele avariar de vez! Muitas destas memórias têm afectado pela negativa a vida de muitos camaradas nossos, pois têm passado a vida em hospitais para ver se a sua vida se torna melhor mas as vidas de alguns...
Já agora, por falar em hospitais. É lamentável o que se está a passar no Hospital Militar de Coimbra. Estão a acabar com todas as consultas. Mais uma machadada em todos aqueles que dele precisam. Par onde vão agora? Claro, para os privados. E os que têm prótese? Ó vão a Lisboa ou ao Porto. Mas claro, para a elite tudo continua. Pois: não há dinheiro! Faz falta para o Novo Banco e não só...
É melhor ficar hoje por aqui, e desejar a todos uma óptima semana com muita saúde. Protejam-se!
SANTA