LEMBRANÇAS DA PARTIDA PARA MOÇAMBIQUE - 23 de JULHO 1968

Continuamos todos com a guerra na lembrança // o tempo passa e a memória não esquece // os meses somam-se uns aos outros // não foi assim há tanto tempo como parece. Éramos jovens felizes com ambição// de repente tudo muda na nossa vida // tínhamos a tropa como companhia // e a vida mais amadurecida. De um momento para o outro tudo se desmorona // chegam-nos os rumores da guerra // era lá longe muito longe // mas de nós o medo se apodera. Assim esperávamos assim aconteçeu // a guerra chegou  como era de esperar // fomos todos mobilizados // e a familía tivemos que deixar. Fez agora cinquenta e quatro anos // o tempo passa e não pensa em parar // mas a memória  não esqueçe // vinte e três de Julho 68 tivemos que embarcar. O Vera Cruz estáva à nossa espera // no cais lenços brancos e gente a chorar// meio dia o Vera Cruz partia // e nós não sabíamos quando voltar. Um de Agosto de 68 a Luanda chegámos // tudo nos parecia mentira // desembarcámos e à cidade fomos passear // partíamos para uma nova vida. E assim a viagem continuava // oito de Agosto a Lourenço Marques chegávamos // o cheiro de África chegava até nós // e na Praça da Catedral desfilamos. No dia seguinte Lourenço Marques deixamos //á cidade da Beira fomos parar //  pouco tempo lá estivemos // e  voltamos a embarcar. Treze de Agosto 68 chegávamos a Nacala // aí o Vera Cruz nos ia deixar// parecia que estávamos a sonhar // pois num comboio íamos embarcar. Pois era verdade podem crer // depois de algumas horas de espera // aquilo que parecia mentira // lá entramos no comboio pra guerra. Ao final da tarde o comboio partiu // a nossa viagem aqui começava // uma viagem bem atribulada // que no nosso blog já foi contada. Quinze de Agosto 68 uma quinta-feira // era fim de tarde e a noite já nos abraçava // chegava ao fim uma viagem para não esquecer // o comboio á estação do Catur chegava. Estávamos á porta da guerra // em viaturas uma nova aventura começou // no meio da noite e um pó tremendo // por Manssangulo a 2415 passou. Foram quase setenta quilómetros de picada // era assim que a nossa guerra começava // todos com fome e empoeirados // de madrugada a 2415 ao Lione chegava. Mais uma vez era o princípio de uma nova aventura // em Moçambique dois anos íamos ficar // mas o nosso pensamento era com vida e saúde regressar. Daqui para a frente // o que se íria passar? // numa guerra estávamos // nenhum de nós podia adivinhar.

 No fim, todos soubemos o que passamos...

     Já agora, deixar aqui um agradecimento a todos os jornais e revistas que não têm deixado cair no esquecimento a Guerra Colonial.

Um abraço para todos

            SANTA

54 ANOS !!!

Rumo a Moçambique

"Filme" real do nosso  M. Magalhães, Música por M. Freire e Fausto

Vera Cruz (imagem da internet)

CENTENÁRIO...

        Acabei de chegar! Meia-Noite! Fui hoje (dia19) representar a Delegação de Coimbra da A.D.F.A. na celebração do Centenário do Núcleo de Coimbra da Liga dos Combatentes. Posso dizer, que assisti a um espetáculo dado pela Banda Sinfónica do Exército que foi simplesmente extraordinário. Para quem não conhece esta Banda, deixo aqui algo para que tenham conhecimento da mesma.

           Com um abraço

                  SANTA
 

CALOR E MAIS CALOR...

 Calor e mais calor! É calor a mais! É verdade que estamos no tempo dele  mas assim? Mas temos que estar preparados pois a nível de clima vai ser assim e cada vez pior, pois o homem não tem emenda e faz tudo para que seja assim.

Quanto aos incêndios, pois eles têm sido um flagelo para muita gente. Mas, no que diz a este respeito, muita gente não tem cumprido no que respeita  ás limpezas das matas e á limpeza em volta das suas residências. Lá diz o velho ditado: « Só nos lembramos de Santa Bárbara quando faz trovoada». E neste contexto, o Estado Português também tem culpa pois á muitos terrenos á sua guarda que não são limpos. Fazem-se as leis e depois ficam só no papel, promete-se muita coisa mas fica tudo (como se costuma dizer) no tinteiro. Ao longo dos anos já estamos habituados a estas coisas e quem sofre é o mais desprotegido. É interessante ver máquinas de arrasto no terreno durante os incêndios abrindo caminho para os bombeiros porque não fazer o mesmo serviço durante o ano preparando o terreno para a próxima época de incêndios? É triste ver algumas pessoas criticarem os bombeiros. Meus senhores: Acham que os bombeiros podem estar em todo lado em que cada um de nós quer? Muito já fazem eles. Noites seguidas sem dormir e sem se alimentarem como deve ser tudo em prol de salvar vidas e as habitações. Vamos parar de criticar e ajudar quem nos defende dando por vezes a sua própria vida. E já agora, se calhar, muitos dos que criticam estão incluídos nos que não cumprem com a lei. Já é tempo do Estado Português cumprir e fazer cumprir todos aqueles que fogem á lei e com multas pesadas pois para muitos pagar a multa fica mais barato do que fazer a limpeza ao seu terreno! No meio disto tudo, á a lamentar para já a perda de uma vida e uma quantidade significativa de civis e bombeiros feridos. Mas, mas, mas, o paleio é sempre o mesmo: para o ano vai ser melhor. Mis meios, vamos aplicar a lei, etc, etc, etc...

 Agora, mudando de assunto, vou colocar algumas fotos que tirei no Museu da Guerra Colonial aquando do seu aniversário:

                                         

Desejo a todos a continuação de um ótimo domingo e uma boa semana que se aproxima.

                                        Um abraço

                                           SANTA

A VIDA É ASSIM...

É mesmo assim. A vida prega-nos partidas. Umas boas outras más. Desta vez, ela pregou mais uma partida má á 2415. Faleceu o nosso companheiro e amigo MÁRIO MORGADO. É com bastante tristeza que dou esta notícia. Em nome de todos da 2415, envio os nossos mais sentidos pěsames a toda a família principalmente á esposa e filhas. Para nós da 2425 fica a eterna saudade para sempre. Que a tua alma descanse em paz.

Pela 2415

SANTA

ESTE FIM DE SEMANA...

Este fim de semana, fui até Famalicão (terra do meu amigo Soares) comemorar o vigésimo primeiro aniversário do Museu da Guerra Colonial. Num ambiente bastante quente, depois de estarem os convidados presentes, ao som do Hino, deu-se o astear da Bandeira Nacional. A festa foi rápida e onde estiveram algumas individualidades duas delas em representação do Prasidente da Répública e do Ministro da Defesa, Câmara Municipal de Famalicão e da Liga dos Combatentes. Como não poderia deixar de ser, esteve também presente o Presidente da A.D.D.F.A. Estiveram também presentes dois representantes da Guné Bissau e a Delegação de Famalicão, Porto, e Coimbra tendo o presidente desta Delegação sido representado por mim e mais mais outro membro da direção e um sócio. Terminados os respetivos discursos fez-se a respetiva visita ao museu tendo sido depositada uma corôa de flores junto ao memorial da guerra guardando de seguida um minuto de slêncio por todos os que nela pareceram. De seguida, fomos todos confernatizar num belo restaurante.

Foi um Domingo bom mas com um senão: um calor tórrido.

Por agora é tudo. Continuação de uma ótima semana e boas férias para quem ainda não as gozou.

  Um abraço

    SANTA