28 fevereiro 2019

Reviver...

Reviver, é a palavra adequada para o texto que li do nosso camarada Fernando Lopes da 2418. Reviver, não porque fazia parte da do cenário que viveu a 2415 mas, porque vivi a situação horas depois na vossa companhia quando estive diante dos corpos inertes do Sarg. Carvalhito e do Furriel Santos. Revivo mais esta situação por tudo aquilo que se passou comigo e o Furriel Santos na véspera deste maldito dia da emboscada. Não vou contar o que se passou pois já a contei várias vezes no nosso blog. Só para avivar um pouco a história, era eu que devia estar àquela hora no lugar do Furriel Santos. Mas, no contexto de tudo não sei se é o destino ou....o que é. A minha memória hoje já não está muito viva sobre o que se passou concretamente a quando da minha chegada aí à vossa companhia a seguir à emboscada. Tenho uma lembrança ténue de (como disse atrás) de estar diante dos corpos e ter ajudado a fazer qualquer coisa mas não me lembro o quê... estive contigo de certeza mas não tenho qualquer lembrança.

Não há nenhum 5 de Maio que tenha passado sem me lembrar dos meus camaradas. São memórias que com alguns traços apagados há sempre um traço que fica na lembrança e este pelas piores razões.
Quanto ao livro, acabei de o ler agora. Foi uma espécie de ver um filme pela segunda vez. O livro está escrito de uma maneira simples e aberta. Pouco tempo depois de o estar a ler é como estar no cenário de todas as nossas acções de guerra. Gostei. Os meus parabéns.

          Um grande abraço para todos da 2418.

                                                            SANTA

21 fevereiro 2019

DEPOIS DE...

Depois de algum tempo sem entrar no blog, deve-se ao meu computador ter adoecido de repente deixando-me quieto estando acamado alguns dias. Agora que já teve alta, aqui estou eu a dar notícias. Por achar um texto bem escrito que diz respeito ao falecimento do nosso grande amigo e Presidente da A.D.F.A., como disse: bem escrito pelo meu camarada Manuel Bastos e que saiu no ELO jornal da nossa associação.



 Para já, um grande abraço para todos e um bom fim de semana.

SANTA

13 fevereiro 2019

"Caracol" para sempre

 
 
Há dias atrás recebi um email do nosso amigo Fernando Carvalho da C.Caç.2418 de quem, aliás, temos feito alusão ao seu livro neste blog. O assunto, em si,  deixou-me bastante sensibilizado, uma vez que vem lembrar um dos episódios mais dramáticos da história da nossa Companhia naquelas paragens.  
Trata-se da emboscada sofrida na Cantina do Belo, entre Lione e Catur, na perigosa zona do Caracol, que todos bem conhecemos e onde faleceram o Sarg. Carvalho e o Fur. Santos.
Assim, sinto-me na obrigação de o divulgar a todos os interessados, pedindo àqueles que ainda têm bem viva na memória imagens tão dramáticas, que possam responder e esclarecer o nosso simpático amigo Fernando Lopes que também lá viveu momentos que jamais poderá esquecer por ter sido uma situação impar de uma aflição atroz.   
 
Transcrição do email recebido do amigo Fernando Carvalho:
"Caro Castro,  O nosso Furriel Fernando Lopes (enfermeiro) acaba de publicar no Facebook da C.Caç.2418 uma recordação referente à emboscada à vossa viatura  na zona do Caracol, há 50 anos. Abraço, Fernando Carvalho"
 
 


05 fevereiro 2019

PODE PARECER...

Pode parecer estranho esta história mas ela é verdadeira. Pode dar para rir? Sim, talvez do lado que ela for vista! Os dias tem estado maravilhosos aqui pelos meus lados. Da parte da manhã frio da parte da tarde o sol aquece-nos. Ontem, estava eu sentado ao sol no meu jardim com dois amigos numa alegre cavaqueira, e claro a guerra veio conversa. O diálogo foi variado desde as peripécias de guerra e à mistura outros assuntos. A conversa estava animada, e para lhe dar um sabor mais requintado, fui ao bar buscar uma garrafa de vinho do Porto. A certa e determinada altura, soava do lado do meu quintal um berreiro que saía da garganta afinada de um pato (qual tenor) que não sendo um pato Ganso é grande e branquinho e de estimação. É meu e da minha filha. Um dos meus amigos pergunta: É pá, que berreiro é aquele? É o meu pato que me está a dizer que está na hora do banho!Pelo relógio dele é mais coisa menos coisa às 17 horas!! Diz o outro: O Vinho do Porto já te está a subir à cabeça! Ai o vinho do Porto já me está a subir a cabeça, então venham daí comigo. Fiquem então aqui de lado para verem se é verdade ou mentira. Eu tenho uma mangueira a metro e meio de altura por cima de um pequeno lago como se fosse um chuveiro. Fui abrir a torneira e aí vai ele tomar o seu banho durante cinco minutos abrindo e fechando as asas como se estivesse a esfregar-se! Seguidamente, enxuga-se batendo às asas e vai direitinho ao comedouro janta e já está! Este ritual dá-se todos os dias. Quando não estamos não imagino como seja! Mas a minha vizinha diz quando não estamos não o ouve! (Inteligência animal).
Viemos para dentro, e depois desta beleza animal, eis que tudo se transforma. Aquilo agora que vou contar serve de exemplo para mostrar o que é a vida animal, é muito parecida com a humana. Em minutos tudo pode mudar. A minha filha tem (tinha) um gato que tem sido a sua companhia durante o tempo que esteve doente com um problema oncológico que agora já está sanado. Era um gato espectacular! E aqui está outra particularidade, só bebia água pela torneira quando estava gente em casa! Mas como eu estava a dizer, em minutos tudo pode mudar. A minha filha começa a chamar por mim muito aflita, e fui dar com o gato estendido no chão. Fui com ele imediatamente ao Veterinário mas já chegou morto. E porquê? Porque andava a brincar com uma bola em cima de uma mesa e não se sabe como caiu e teve uma fractura de crânio fatal. Como foi possível isto acontecer. É a primeira vez que deparo com uma situação destas. De cima de uma mesa... disse o Veterinário. E assim, basta um flamejar de tempo para que um bom momento mude de cenário para um mau momento. Assim como foi um animal, podia ser um ser humano. A vida é feita destes cenários. O sol foi-se deitar e pouco se importou com o que aconteceu, mas pelo menos deu-nos aquecimento durante algum tempo. Era a noite fria que se aproximava e a lareira estava à nossa espera. Do outro lado, era minha filha que ficava com algumas lágrimas e a tristeza do que tinha acontecido
Claro que este texto pode não ter interesse nenhum, mas de qualquer maneira achei contá-lo aqui.
São dois cenários distintos, um pode dar para rir o outro talvez não...depende de cada um.

   Sendo assim, despeço-me de todos com a continuação de uma óptima saúde e muita paz.

                                                         Um abraço, SANTA.