(por F. Santa)
Vou então começar pelas vésperas do embarque. Uns dias antes eu o Quintino e mais dois que agora não me lembro, fomos para o presunto e vinho verde lá para os lados do “Caramanchão” d`Ajuda e de seguida para o “Intendente”.De regresso, apanhámos o eléctrico para a Calçada d'Ajuda, era o último só com quatro passageiros que éramos nós. Como se lembram o eléctrico parava no cimo da Calçada e não vinha para baixo, pois não havia linha, mas o Quintino queria que o eléctrico viesse a Cav.7, tendo mesmo parado algum tempo até se resolver o problema: vir a pé. Era a força do Verde!
Na véspera do embarque fui fazer a despedida para o “Ritz” com uns colegas que estavam em Lanceiros 2. Resultado: uns copos a mais e a chegada a Cav.7 já fora de horas e ser o último a chegar ao local de embarque.
Agora já no barco, lembram-se daquelas aulas de ginástica? E daquele célebre conjunto que tocava quando do almoço? Pois é: éramos uns músicos! Em Vila Cabral quem se lembra do Café Planalto e de alguns bons bocados que lá passámos? E dos “Monhés”? Aquele que tinha as duas filhas e uma delas a “Faradiba” ou “Faraida” já não me lembro bem, que era feia e o pai dava um bom dote a quem casasse com ela? Do célebre restaurante “Coelho” onde se comia um bom frango de churrasco? Daquela célebre patrulha do terceiro pelotão que se perdeu, andou por terras do Malawi, acho que é assim que se escreve, e que só o som do motor do gerador de Chála é que nos salvou? Do Norberto que ia cantar fados de Coimbra para o posto de vigia do lado do rio em Chála? Pois é. A minha memória já é muito má para recordar estes episódios ao pormenor, por isso deixo aqui muito pano para mangas para camaradas nossos entrarem em contacto e bem ó mal como eu desabafarem! Vamos a isso. Abram o vosso baú das memórias, não podemos morrer no tempo, escrevam !
Depois de tanto escrever, não podia deixar de prestar uma homenagem ás nossas mães, que tanta influência tiveram enquanto combatíamos dedicando-lhe este poema de Rosa Lobato Faria:
INESGOTÀVEL CORAÇÂO.
Nas agruras do mato
Sob o olhar da morte
O teu retrato, mãe
É que me dava sorte
Era a tua lembrança
Que me dava coragem
E a esperança tinha, mãe
A tua imagem
Quem me salvou a vida
Foi a tua oração
E a batida, mãe
Do teu inesgotável coração
Agora a minha luta
É este dia a dia
E é o teu rosto, mãe
Que me alumia
E pecador que sou
Se um dia entrar nos céus
Saudoso dos teus braços
São os teus olhos, mãe
Que hão-de guiar os meus
A dar, na mão de Deus
Os meus primeiros passos.
Olá Artur! Por onde andas tu?
Um abraço para todos do Santa.
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Amigo Santa, ora cá estou eu (Artur é comigo?) de novo para fazer-mos muitos!! As férias (merecidas) aquém de Marrocos só há pouco terminaram!!
ResponderEliminarPois é, eu também lamento bastante ao constatar que os potenciais "colaboradores/contribuidores" não querem nada com o blog de todos nós! E tanto que têm a ver e (haver) com ele! Nada poderemos fazer, só esperar. Talvez um dia, quem sabe, dêem um ar da sua graça!
As tuas aventuras, tanto as da capital do império como as da colónia, deixam-me sempre na maior! Então quem é que se pode esquecer do Café Planalto e do Coelho? Ninguém,claro!Sempre que lá ia, normalmente comia quase sempre 1 galinha inteira "à cafreal" + 1 bazuka ou então aquele "ganda" bife! A fome era negra!!
Lembro-me tb. da filha do "monhé" que indicas. Ela chamava-se "Faraída" e não Faradiba. Na loja do pai dela gastava eu muito do pecúlio que ia ganhando com o meu comércio de fotos pseudo "porno" e de fotógrafo ambulante. Quem é que não comprou lá os célebres "tapetes persas" para trazer para as noivas?
Aproveito para te dizer que está chegado o momento para o arroz de cabidela do galo do amigo Claro, que está à nossa espera!!