Nesta tarde cinzenta e fria banhada pela chuva que cai, ela aconselha que se acenda a lareira para assim tornar a temperatura ambiente mais acolhedora que leva á leitura. E assim, descobri mais uma poesia que veio num jornal "Elo" da A.D.F.A. de 1975 que passo a transcrever:
PARA TI
É para ti que falo
Para ti, defensor, amigo, irmão...
Nem sei quem és...
Não conheço sequer nome ou rosto
Conheço sim, desespero e corações!
E é por isso que aqui estou...
Não de camuflado e arma na mão
como tu usaste
Porque isso me defende a
condição de mulher
No entanto, eis-me, estou presente
tendo como farda a gratidão
E, por arma a amizade...
Sim. porque se continuo a sorrir
Se a flor tem para mim o mesmo
encanto
Se é tranquila que me deito
E feliz me levanto...
Só a ti o devo meu bom amigo
A ti, que vistes os teus ideais
interrompidos
Que sacrificas o teu sono, enquanto
durmo
E ris com vontade de chorar...
Mas eu não quero que chores!
Reflecte ...Já pensaste na sensação
que terás
Ao saber-te longe desses dias, com
o dever cumprido?
Para trás, ficarão o tumor e a
angústia
A saudade e a solidão...
Depois
Depois terás um lar feliz
Com pimpolhos loiros que te
sorrirão
E então, meu bom amigo,
prepara-te
Porque lhe terás de contar as
façanhas
Dos dias que atravessas!
Nessa altura, o que foi, para ti,
sofrimento e dor
Passará a ser grata recordação
Agora, acabei...
Senti... escrevi... li...
Nem mesmo sei porque assim agi
Mas peço-te!
Acredita que fi-lo a pensar em ti.
Assina este poema
ISA
E é assim. Olho para a janela, a chuva continua a cair, as labaredas da lanha que arde continuam o seu trabalho para me dar calor e escrever estas últimas linhas por hoje!
Para todos um ótimo fim de Domingo e uma semana que se aproxima com tudo de bom e especialmente, muita saúde.
Despeço-me com amizade
SANTA
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