26 janeiro 2021

DIVAGANDO...

Divagando pelo tempo, foi no dia 26 de Janeiro de 1969 faz agora cinquenta e dois anos que eu dei entrada na Cirurgia do hospital de Vila Cabral, agora Lichinga. Começava aqui a ser traçada a minha aventura que iria me dar a passagem por diversos hospitais ( além de Vila Cabral, Nampula, Lourenço Marques e anexos do hospital Militar de lisboa os conhecidos "galinheiros) onde as peripécias foram muitas. Houve de tudo. Desde as  viagens com história, médicos, consultas e a saudade dos meus companheiros da 2415. Sim. Eu a partir daqui, iria conhecer novos colegas e criar novas amizades mas a malta da 2415 estava sempre presente na minha mente. Houve outras coisas mas já foram aqui contadas no início do nosso blog. Muita gente não sabe o que eram os hospitais militares na altura. O que se passava naqueles quartos e corredores. É por isso, que hoje, ainda tenho uma certa aversão em entrar num hospital. Mas o tempo passa e o que agora vejo nos nossos hospitais por causa da pandemia faz-me lembrar muita coisa que vi pelos hospitais onde passei. Hoje, os nossos hospitais parecem estar a ser uma cópia deles. Claro, não pela guerra mas muito por causa desta pandemia que também parece uma guerra de outra dimensão e de outra natureza.

 Nunca pensei que o nosso país tivesse que atravessar uma situação destas. E nós, que andamos na Guerra Colonial estamos a passar por outra doutra espécie mas que não deixa de ser uma guerra desta vez contra um inimigo que aos nossos olhos é invisível. Eu já não sei se é um inimigo invisível se são três! Mas a este respeito, há mais inimigos, são aqueles que não respeitando as regras de confinamento e nós não sabemos quem são. São outro tipo de pandemia mas sabem o que fazem, logo, sabendo o que fazem são criminosos.

É impressionante ver pessoas, que depois de verem divulgados através das redes sociais os números de mortos e de infetados, as imagens que nos dão a ver dos hospitais, ainda há pessoas que brincam com a situação. Eu sinto medo quando tenho que ir (geralmente ao Continente passe a publicidade) fazer compras para aminha alimentação e ver o que vejo. Vejo pessoas que andam de máscara porque são obrigadas. Muitas chegam cá fora e baixam-nas logo para o pescoço. Quanto á distância muita gente não quer saber e mesmo quando são chamadas para a irregularidade ainda nos tratam mal. Sendo assim, estas pessoas são as pessoas educadas deste país. Desculpem, enganei-me. São as pessoas estúpidas e mal educadas deste pais!

 Nada mais por hoje. Só me apetece dizer: não sei onde isto vai parar! Pela parte que me toca tenho muito medo e tenho em casa duas pessoas oncológicas que não sabem quando vão ser vacinadas.

 Um grande abraço desejando para todos muita saúde. Protejam-se!

                                                          SANTA


1 comentário:

  1. Caro Santa, Gostei da analogia das "guerras", faz sentido, e esta já fez mais vítimas em menos tempo. Todo resto continuo indignado como tu. Somos o país que somos, sempre virados para o nosso "fado"!
    Abraço

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