Apresento a equipa de futebol de sonho do Niassa, época 1969. Tratava-se duma selecção composta pelos "melhores players" de todos os pelotões que compunham a CCav.2415.
Neste jogo disputado no nosso estádio em Lione mais precisamente em Fevereiro de 1969 recebemos a visita da equipa, não tenho certeza se da Companhia que estava em Massangulo ou se uma outra do Batalhão do Catur; uma destas foi com certeza. Também já não me recordo do resultado. Será que ainda há alguém que saiba?
Quanto aos nossos craques podem ver-se o Rações (guarda-redes), Castro, Lisboa, Sintra, Cabrita, Vale, fur-enf., e ainda o Matias e o 1001. Que me perdoem aqueles de que já não lembro.
Para avivar as memórias recordo que os equipamentos tinham listas horizontais de cor roxa e calções pretos que o MNF fez o favor de nos oferecer.
E já agora veja-se a qualidade do terreno, lá durinho era e deixava marcas quando alguém ia ao chão!
Num aparte, hoje fico todo arrepiado ao pensar naquela atitude irresponsável de um punhado de loucos, com a maior das calmas, fazerem-se à picada tão perigosa pelas minas e emboscadas, em duas "berliets" , únicamente pelo prazer da confraternização e dar uns pontapés na bola de "catchum" e, para isso, terem de passar pela famosa zona do Caracol, aliás, local bem nosso conhecido pois lá tombaram dois dos nossos, o fur. Santos e o sarg. Carvalhinho.
Não me canso de continuar a fazer as mesmas perguntas e também a não conseguir obter respostas: "Que guerra era aquela?" "Que mentalidade bloqueada era a nossa que fazia com que desprezássemos a própria vida?"
Pois é; no fim vou sempre parar à simplificação das coisas: Quem teve sorte safou-se, quem não teve acabou por fazer a sua contribuição para a crueza dos números:
Num aparte, hoje fico todo arrepiado ao pensar naquela atitude irresponsável de um punhado de loucos, com a maior das calmas, fazerem-se à picada tão perigosa pelas minas e emboscadas, em duas "berliets" , únicamente pelo prazer da confraternização e dar uns pontapés na bola de "catchum" e, para isso, terem de passar pela famosa zona do Caracol, aliás, local bem nosso conhecido pois lá tombaram dois dos nossos, o fur. Santos e o sarg. Carvalhinho.
Não me canso de continuar a fazer as mesmas perguntas e também a não conseguir obter respostas: "Que guerra era aquela?" "Que mentalidade bloqueada era a nossa que fazia com que desprezássemos a própria vida?"
Pois é; no fim vou sempre parar à simplificação das coisas: Quem teve sorte safou-se, quem não teve acabou por fazer a sua contribuição para a crueza dos números:
9 000 mortos
30 000 feridos
14 000 deficientes físicos
120 000 neuróticos de guerra
Para mim é assunto que, até ao meu fim, vai continuar sempre na ordem do dia. É sério e grave demais para relativizar.
A propósito aconselho vivamente a reverem de novo o excelente texto escrito pelo Santa em 4 de Maio 2015, intitulado "Homenagem".
ResponderEliminarAbr. A.Castro
... e, para isso, basta "clicar" aqui ...
Nesta hora em que a SELECÇÃO anda nas bocas do mundo (pelas alegrias e pelas decepções), sabe bem recordar estes campeonatos de 1969 na sede da Briosa! Parabéns pela saborosa crónica!