02 março 2016

VAMOS CONTINUAR...

E  Só o peso da corda ao pescoço
Com laço de nó corredio
Era a certeza que o tempo
De ser torturado era breve
Seu corpo pedia água
Quando o sol já alto ia
Deram -  lhe em 'ponta de lança'
Vinagre que rejeitou
Mas nunca seu corpo vergou
Naquela picada minada
Em calvário transformada
Os  passos dos boinas verdes
Iam p,los trilhos dos seus
Certos que por ali
As pernas não rebentavam.
De repente o capitão
Ordena sair da picada
E um jeito na corda esticada
Que servia d, arreata
Atada ao rebenta minas
Faz este parar e virar
Entrando na floresta
Chamava - se  Coboiana
A região que pisavam
Dominada pelo 'Nino'
'Turra' audaz e ladino
Que um 'bando' comandava
Na luta contra o Império
Que tanto debilitava
E os boinas verdes suados
P 'lo esforço da caminhada
Na fresca mata pararam
E a segurança montaram
- Diz - me homem danado
Onde é o covil desse Nino
Desse Nino teu senhor?
- Eu te prometo o perdão
E roupa de condição
Água mulher muito pão
Dar - te - ei a liberdade
Terás uma vida boa
Mangá de patacão
Muita água de Lisboa!
O homem triste sorria
Perante a hipócrisia
Do senhor da vida e da morte
De um Povo em restauração
E disse alto e bom som:
- NÃO!...
- Mas tu ser parvo!,
Retornou o capitão
- Tu não veres:
- Que basta só apontar
- É ali! E toda a vida t, of' reço!
E um corpo dilacerado
De mil chagas povoado
Olhando com mansidão
Um instrumento capitão
Disse: - NÃO!...
- Não vou trair meu irmão!
Nem meus lábios ressequidos
Sabem falar de traição
A vida que tu m' ofereces
É vida de servidão
Não a quero capitão!
                               - Continua -
SANTA. Um abraço.


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