Por: F.Santa
Algum tempo atrás, contei como consegui por um dia ser maestro, hoje mostro-vos mais em concreto e como recordação (da minha parte ) o tal grupo de que eu vos falei. Em cima um dos números com que eles nos contemplaram. Em baixo, pode ver-se mais em pormenor todo o grupo. Mas além deste grupo de jovens, actuou outro totalmente feminino de gente mais crescida que seguirá nas próximas cenas.
Isto tudo era uma pequena gota de água no mar imenso das angústias que se passavam naquele hospital. No mato era a angústia das emboscadas, das minas e das incertezas. No hospital, era o isolamento, a clausura, e estar em contacto diário com todos aqueles que chegavam do mato muitas vezes em estado miserável que nos causavam tristeza, angústia e muitas vezes revolta, isto já para não falar de camaradas que víamos chegar com quem por vezes conseguíamos falar e que depois de passados alguns dias, faleciam. Era um vazio que se instalava entre nós, e como disse atrás, eram estas pequenas gotas de água que nos davam um pouco de alento e ao mesmo tempo pensar no tempo que ainda estava pela frente.
Ao escrever este texto, não podia deixar passar em claro a morte dos nossos companheiros Joaquim Rodrigues e Corado. Embora eu não estivesse lá nessa altura (por motivos já conhecidos) por estar no hospital, não é por isso que não sinto a mesma angústia e a mesma tristeza, pois faziam parte da mesma família.
É nosso dever como amigos e companheiros prestar-lhe sempre homenagem sentida nos aniversários da sua morte e mantê-los sempre presentes no nosso seio, pois aqueles que tinham obrigação de nunca os esquecer a eles e às suas famílias já os esqueceram há muito tempo. Paz ás suas almas.
Quanto ao Moreira, daqui vai um abraço para ele. Que ele continue a ser o mesmo ser humano, personificando o sentido do que é viver a vida e do valor que a mesma tem.
Estamos quase no dia de Finados. Para todos os camaradas que combateram e em particular os da 2415, que já partiram, que estejam em paz.
Um abraço para todos do Santa
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