09 agosto 2025

JÁ LÁ VÃO...

 Já lá vão oitenta anos que foi lançada a "bomba Atómica" sobre Nagasaki. Oitenta anos depois o homem não aprendeu nada. Ainda hoje á quem continue com ameaças da guerra nuclear. Á  países que continuam em disputa para ver quem tem a maior, a mais potente. Quando se fala tanto em paz eu pergunto: é assim que se quer construir a Paz? A paz para esses senhores é o poder no mundo. Que paz, quando se mata indiscriminadamente o ser humano. Quando se deixa morrer á fome crianças e atacando pessoas que procuram em desespero a comida para sobreviverem, será que querem a paz? Como ouvi dizer ontem, é bom que os nossos jovens pensem sobre isto e o que querem fazer no futuro para que o mundo possa ser melhor. Fico por aqui.

          Alguém disse um dia:
                                                      

       " PORQUE SÒ EXISTE UMA COISA MAIS TERRÍVEL DO QUE UMA GUERRA. FAZER DE  CONTA QUE ELA NUNCA ACONTECEU".                                                   


                 Sendo assim, voltamos á poesia. Desta vez, um poema de José Correia Tavares, nascido em Castelo branco.


                  Coordenadas

    Gosto da poesia tapando a boca
e com sangue a jorrar por entre os dedos
           humilde pedindo desculpa
     das manchas deixadas na parede


   Gosto de a ver depois de hemoptise
apoiada num verso para cobrar alento
cabeça bem erguida os cabelos ao vento
 rindo de quem sabe atrás das cortinas


Gosto de a ver passar nas ruas à tardinha
          fechada num caixão sem
               acompanhamento
enquanto param e tiram o chapéu
  mais por obrigação do que por 
                 sentimento


   Gosto de a ouvir mais tarde já
               ressuscitada 
ao terceiro século ou ao terceiro dia
   gabar-se de não dever nada
         a não ser a poesia.

                                                                   José Correia Tavares


                                               

Este sábado está a chegar ao fim. Um Sábado triste. Seis pessoas perderam a vida na estrada. Porquê? Como? Ninguém sabe. Só o nevoeiro (dizem estar na altura) cerrado é testemunha do que realmente se passou. Todo o cuidado é pouco. Vamos todos andar devagar pensando em nós e nos outros. A vida. é um bem precioso para se perder por descuido. Paz ás suas almas.


                Passem todos um resto de fim de semana em paz e com muita saúde.

                                                   Um abraço

                                                    SANTA



               


03 agosto 2025

NÃO VALE A PENA...

 Não vale apena falar sobre os incêndios. Todos os anos é a mesma coisa. Enquanto não for a doer para os incendiários, para quem deve limpar as matas e não limpa (aqui o próprio Estado) e não se fizer o ordenamento das matas (entre muitas outras coisas) tudo o que se disser (sempre a mesma coisa todos os anos) é chover no molhado. Chega de Blá, Blá, Blá... pois quem paga são sempre os mesmos...
Fico-me por aqui!

                                                  //////////////////////////////////


Mudando de assunto. Encontrei um poema de David Mourão Ferreira que gostaria de partilhar com todos.

               "CONFISSÃO"


       Neste planalto sonolento
      onde caiu a minha vida,
porque há-de vir, como um tormento,
       inda a lembrança dolorida
              de um momento?

   Toda a estranheza do olhar,
  toda a torpeza do meu gesto
 sinto-as, de novo, a reacordar,
  na minha carne, esse funesto
               paladar.

   Vejo-te o busto soerguido,
  vejo-te o busto, e nada mais.
Sinto-me um naufrago perdido,
  por entre limos e corais
           diminuído!

   E no teu peito duas ondas,
prestes, tão prestes a quebrar-se,
  erguem-se tumidas, e redondas...
   - mas não desfazem o disfarce 
            destas sondas.

Fica onde estás, ó meu passado,
   e não ensombres o presente!
Mas de tão misero e humilhado,
   torno-me quase transparente
           -quase alado!

                                      DAVID MOURÃO FERREIRA


  Por hoje é tudo. Esperando mais uma semana de calor, temos de aguentar! Vamos todos fazer votos para que os incêndios (ou os incendiários) deixem as florestas em paz. Elas fazem parte de todos nós, fazem parte da nossa vida e ajudam-nos a viver! Vós incendiários, pensem bem nisto que acabei de dizer. É que sofremos nós e vós também e não só: as vossas famílias, filhos e netos. 

      Uma semana para todos com muita saúde e boas férias!

                                        Um abraço

                                          SANTA