01 fevereiro 2018

DE CARLOS SILVA...

De Carlos Silva, "ENTRE A VIDA E A MORTE"

Entre a vida e a morte
Vai uma curta distância
Não há foice que corte
Recordações de infância

Quando se é pequenino
Tudo é felicidade
Mais meigo, mais traquino
Tudo se faz sem maldade

O homem só não é perfeito
Porque a mentira ele inventou
À condenação ficou sujeito
E dela nunca mais se livrou

É tão perto da morte á vida
E tão longe da terra ao céu
Que a sentença seja comedida
De clemência precisa o réu

Isto é apenas um retrato
De passos dados vida além
Pois cada um veste o fato
Á medida do corpo que tem

As coisas aqui retratadas
São comuns a toda a gente
Tornam-se águas passadas
Se o coração não as sente

As escolas e os mestres
Que ninguém os menospreze
Desde os tempos rupestres
Que o homem o saber lá bebe

Quem universidades não frequentou
E nunca passou pelas prisões
Contenta-se com oque a vida lhe ensinou
Não é por isso que não é digno de Camões

Entre a vida e a morte
Há um caudal a transbordar
Ou é do destino ou da sorte
Ou das margens que o vão apertar

O coração sente e cala
Com a alma é solidário
A língua lhe dá fala
Aos ombros cruz ao calvário

Não dei p'lo tempo passar
Ai de mim que o desperdicei
 Contas dele hei-de dar
E eu que nisso nunca pensei

A vida é água da bica a correr
É pena leve que com o vento voa
A vida é nuvem a passar sem se ver
É badalada do sino que ao longe soa 

"Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós"

                                             Do nosso camarada e amigo, CARLOS SILVA.

   Para todos com um abraço.
                                                           SANTA
                                                                            


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