Por: F. Santa
Amigo Castro: Gostei muito do texto que escreveste. As tuas palavras espelham bem o momento actual. A maior parte destes nossos governantes de agora, não sabem o que foi a guerra. Não sabem o que foi o pó da picada nem a noite no mato nem o zumbido das balas e dos rebentamentos das minas nem o estrondo das morteiradas e o estar longe da família! Sempre se sentaram à mesa a comer do bom e do melhor enquanto nós era a ração e muitas vezes nem isso. E hoje? Continua a saga: muitos que estão cá, já nem comer começam a ter e só lhes restam as migalhas monetárias que por esmola lhes dão!
Mais uma poesia do nosso camarada Capitão Calvinho, que bem se pode enquadrar á situação dos esquecidos.Onde estão os outros?... ?! Que outros?!.. Quem?! - Aqueles que partiram sem regresso?... - Que nem inteiros nem partidos, Nem mortos regressaram?... Esses são ainda muitos Dos tantos que os outros foram! - Alguns (quase nenhuns) serão inteiros (?) - Outros entre os mortos se contaram e deles vieram urnas sem vestígios de morte Outros destes: terão sido pasto de hiena.- Mas eu ouvi também falar em « Homens cestos »!? Ou em cestos que escondem homens!?... - Bem esses… de quem a medo se fala: Se existem (?) Estão escondidos dos olhos do povo e das consciências daqueles que os olhos, as pernas e os braços lhes roubaram… E lhes deram a forma de cesto suspensos no ar! -Mas isso é criminoso!... Há tanto crime ainda por contar!...
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Já agora, gostaria de lembrar os nossos camaradas que não escrevem nem mandam histórias da nossa companhia, pelo menos façam alguns comentários aos textos que são escritos no nosso Site, é um sinal de que estão atentos a ele! Olá Sintra! Por onde é que andas? Ainda estamos á espera das tuas notícias. Lembras-te do que prometeste?
Este texto já estava escrito quando fui incumbido de representar a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (Delegação de Coimbra), hoje dia 11 para a cerimónia do Armistício, (comemoração do final da Guerra 14 – 18 e homenagem aqueles que nela tombaram. Na mesma comemoração, foi lembrado também o fim da guerra no Ultramar (36 anos) e os que nela tombaram. Ao fim de 40 e tal anos, voltei a recordar o firme, sentido, apresentar armas e o descansar. Desta vês não foi com a G3 mas sim com o nosso Guião. Camaradas. Não vale a pena dizer o que senti. Foi algo de estranho e ao mesmo tempo comovente e sentido. Naquela altura passou pelo meu cérebro um pequeno filme de todos os nossos camaradas mortos, não só da nossa companhia mas de todos em geral. Era o passado que estava naquela altura presente com a sensação do dever cumprido.
Agora vou ausentar-me até ao dia 20, depois cá estarei novamente se Deus quiser. Um abraço para todos do:
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Agradou-me bastante rever o nosso amigo "Joaquim Maluco", como gostávamos de lhe chamar, no seu melhor há 42 anos atrás.
ResponderEliminarNão tenho episódios para contar que tenham a ver com a sua pessoa. Mas vêm-me à lembrança, isso sim, a sonoridade da sua voz alegre, do riso genuíno e da sua boa disposição constante. Foi um bom companheiro, homem corajoso (qual minas qual quê?!) que, infelizmente, desapareceu a destempo e de quem sentimos falta.
Olá pessoal da nossa Ccav. É bom que lembremos também os camaradas que nos davam "boleias" nas suas viaturas. Neste campo o nosso amigo Braga, certamente, teria algo a dizer com todas as suas histórias dos assaltos ao PAD de Vila Cabral para obter material para as viaturas.O nosso alcunhado "Joaquim Maluco" era um condutor especial que tinha o primeiro lugar a partir molas das viaturas do Braga. Lembro-me daquela vez que vínhamos de Chala numa berliett que não o tinha taipal da traseira e como sempre carregados do habitual pessoal da boleia. Às tantas lá estava o buraco na picada e o salto da viatura foi inevitável. Pessoas, cestos e diverso material ficaram suspensos no ar e quando aterraram já a viatura do "Jaquim" estava quase a cem metros do local. Com gritos e choros dos caídos e os gritos da malta lá conseguimos que o condutor parasse a viatura e fizesse marcha atrás para recolher os passageiros que rebolavam cheios de pó na picada. Graças a Deus foi só o susto. Um abraço do Paulo.
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