Por: F.Santa
Eram boas mas acabaram-se. É assim que se costuma dizer quando as férias acabam. Espero que todos os camaradas que já gozaram férias que as tenham gozado bem e com saúde, aqueles que ainda as vão gozar o mesmo desejo, que as gozem bem com saúde.Aqui vai mais um poema do nosso camarada Capitão Calvinho, pois muitos não o conhecem, ele foi e é uma das vítimas que pagou com o seu corpo ao ser obrigado como nós a entrar numa guerra injusta. (Será que há guerras justas?)
“OS INTEIROS”
Gente que chega:
Traz garrafão,
e um cabaz
com presunto, carnes assadas,
chouriço
do porco morto de fresco;
fruta, pão,
bolos e broa!
-Traz varas compridas
Com fitas vermelhas,
brancas, azuis, e amarelas!
-Traz panos escritos
enrolados em paus!..
…Abancam cansados
Para cá do ferro das grades
-Olhos postos na barra do Tejo…
Nem a noite fria os arrefece.
-E olham..espreitam..esperam!
Olham no escuro.
Espreitam na noite.
Esperam nas trevas!
Lá vem ele! Lá vem ele!
-Mil lágrimas rolam
por mil faces enrugadas…
e outro grito salta das gargantas
algemadas.
É um grito lancinante e colectivo,
Que fascismo nenhum pode calar!
O barco avança lentamente….
Previamente combinados:
mil sinais espalham-se no barco
e pelo cais!
- Sabiamente executados.
- Sobem as lanças de cana e de pau!
Agitam-se dísticos com nomes de terras!
Um velho pastor levanta o cajado!
Há crianças no ar
suspensas nos braços!
- Do navio gesticulam-se boinas,
- lenços ,blusões, bananas, macacos,
e soldados aos ombros de soldados:
…
Depois eram os abraços!
Com os braços nos braços:
Fundiam-se as lágrimas
da alegria cativa
por dois anos longos de espera!
- Ai o meu rico filho!
- Ai o meu filho da minha alma!
(abençoada Senhora de Fátima
Que m’mo trouxeste a salvo)
-Tás tão mal encaradinho filho!
- Olhe mãe: pior foi o (…)
Que ficou enterrado no mato.
- Então mãe!?
Deixe lá, já cá estou!
o que lá vai… lá vai!
- Oh filho!...Estás tão magrinho,
Tão enguiçado!
- Olhe mãe:
Vai ver como vou engordar!
como vou ficar são que nem um pêro
para ir para as Alemanhas!
Ai, filho!..
Tu, matas-me filho da minh’alma!..
Gente que chega:
Traz garrafão,
e um cabaz
com presunto, carnes assadas,
chouriço
do porco morto de fresco;
fruta, pão,
bolos e broa!
-Traz varas compridas
Com fitas vermelhas,
brancas, azuis, e amarelas!
-Traz panos escritos
enrolados em paus!..
…Abancam cansados
Para cá do ferro das grades
-Olhos postos na barra do Tejo…
Nem a noite fria os arrefece.
-E olham..espreitam..esperam!
Olham no escuro.
Espreitam na noite.
Esperam nas trevas!
Lá vem ele! Lá vem ele!
-Mil lágrimas rolam
por mil faces enrugadas…
e outro grito salta das gargantas
algemadas.
É um grito lancinante e colectivo,
Que fascismo nenhum pode calar!
O barco avança lentamente….
Previamente combinados:
mil sinais espalham-se no barco
e pelo cais!
- Sabiamente executados.
- Sobem as lanças de cana e de pau!
Agitam-se dísticos com nomes de terras!
Um velho pastor levanta o cajado!
Há crianças no ar
suspensas nos braços!
- Do navio gesticulam-se boinas,
- lenços ,blusões, bananas, macacos,
e soldados aos ombros de soldados:
…
Depois eram os abraços!
Com os braços nos braços:
Fundiam-se as lágrimas
da alegria cativa
por dois anos longos de espera!
- Ai o meu rico filho!
- Ai o meu filho da minha alma!
(abençoada Senhora de Fátima
Que m’mo trouxeste a salvo)
-Tás tão mal encaradinho filho!
- Olhe mãe: pior foi o (…)
Que ficou enterrado no mato.
- Então mãe!?
Deixe lá, já cá estou!
o que lá vai… lá vai!
- Oh filho!...Estás tão magrinho,
Tão enguiçado!
- Olhe mãe:
Vai ver como vou engordar!
como vou ficar são que nem um pêro
para ir para as Alemanhas!
Ai, filho!..
Tu, matas-me filho da minh’alma!..
Felizes todos aqueles que chegaram e abraçaram todos os seus familiares e amigos.
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