21 junho 2010

NÃO ESQUECEMOS OS NOSSOS HEROIS

Por : F. Santa

    Depois de termos lembrado no nosso Site a tragédia de Moçambique e da Guiné, não é mais que uma homenagem aqueles que nelas pareceram ao serviço da Pátria e assim deram a sua vida no auge da sua juventude. Queríamos nós que alguém das mais altas esferas se lembrasse destes acontecimentos e não sermos só nós. Sendo assim, peço licença para fugir um pouco das nossas histórias de guerra para aqui falar sobre outra homenagem que foi feita este Sábado passado (dia 20) e que nos toca a todos nós, deficientes ou não deficientes, a todos em geral, mas como tem sido costume, nas televisões nada aparece e nos jornais muito pouco, talvez não sejamos já motivo de interesse, mas se estivesse alguém mediático tal já não acontecesse! 
   Os Deficientes Das Forças Armadas e mais alguns combatentes que se associaram a nós, homenagearam a Força Aérea Portuguesa na Base Aérea de Sintra, pelo seu papel salvador na guerra do Ultramar, esteve presente o Comandante da Força Aérea, General Luís Araújo que tem uma cruz de guerra por salvar um piloto abatido debaixo de fogo com o seu “ Alouette “ e ser atingido por mais de 40 tiros tendo salvo ainda mais camaradas nossos. Foi um daqueles que lutou connosco na guerra pondo também a sua vida em perigo, sabendo por isso dar o valor que todos nós merecemos. De uma simpatia extrema, sempre esteve ao nosso lado até aos dias de hoje, tendo elogiado todos aqueles que deram o seu melhor pela Pátria deixando esta frase: “ Nunca deixaremos ninguém na picada, qualquer que seja a picada”. È de homens como este que a nação precisa. Já agora quero também dizer, que ao longo destes anos tem posto o Hospital da Força Aérea ao dispor de todos nós , combatentes. Foi bonito estar com pilotos dessa altura bem como com algumas enfermeiras que no mato foram umas heroínas. Muitos deles e delas trouxeram muitos camaradas á vida, ás famílias, a Portugal. Quem não se lembra do “ T6 “ e do “ Barriga de Jindung “ o famoso “ Noratlas “? Pois eu tive a sorte de estar dentro de um que está exposto no museu da base e relembrar a minha evacuação de V. Cabral para Nampula com as peripécias que atrás já contei.

Camaradas. E porque não? Vamos aqui também deixar a nossa gratidão  á Força Aérea, pela dedicação e desempenho no salvamento de todos aqueles que dela precisaram. São destes valores, que muitas vezes os nossos governantes se esquecem como nada tivesse acontecido, mas para nós a memória é eterna.

   Mudando agora de cenário. É com alguma nostalgia misturada com um pouco de saudade (palavra bem portuguesa) que olhei para as fotografias do Lione. Ali estão aquelas paredes guardando dentro de si para memória eterna, todo um passado de cada um de nós. Parece que ainda estou a ver as camas todas alinhadas, com a roupinha lavada (digo eu) e a balbúrdia que era dentro daquelas paredes quando estavam todos e as cervejas do “ Asinha” já tinham acabado!!!! Naquele local estão pedaços da história da nossa Companhia, história essa que cada um de nós já contou aos filhos e com certeza aos netos e vai levar até ao último dia das nossas vidas.
 
Agora vou estar ausente até ao dia 2 de JULHO. Depois falarei sobre Massangulo. 

Até  lá um abraço para todos do Ex. Furr. Santa.


1 comentário:

  1. Amigo Santa, como sempre um excelente texto e uma enorme solidariedade! Dividir com os outros não está ao alcance de todos!
    Espero um dia destes poder passar por Lione.

    ResponderEliminar