29 fevereiro 2020

HOJE É SÁBADO...

É verdade. Hoje é Sábado! E por ser Sábado, levantei-me um pouco mais tarde. Surpresa! Depois de uns dias de calor, estava a chover. Depois da higiene feita e do pequeno almoço, perguntei a mim mesmo o que iria fazer, pois para o meu pequeno quintal nada poderia fazer graças à chuva! Ideia puxa ideia e lembrei-me de pegar nas pastas da minha vida militar e recordar. Sim. Tenho três pastas com fotos desde que entrei para a tropa até quase aos dias de hoje. Digo até aos dias de hoje, porque parte dos artigos do início do blog até 2016-17 fazem parte dessas pastas bem como os almoços convívio e algumas fotos dos mesmos. Tudo isto, fica para memória futura. Já não fazia isto à muito tempo e acabou por ser um bocado bem passado! Desfolhando folha a folha, ia pensando comigo mesmo: que raio de vida tinha a juventude do meu tempo. Que gozo tinha eu e os jovens da minha altura estar na tropa e olha o que nos aconteceu! Olhando para algumas fotos, claro que me deu vontade de rir outras nem tanto. Fiz intervalo para almoçar e continuei depois. A recruta e a especialidade tiveram momentos interessantes que estavam bem patentes nas fotos que estava a ver . Mas à medida que as folhas iam saltando, ia-me aproximando daquilo que iria tornar-se mais difícil: a especialidade para Cabo Miliciano com mais dureza e mais sacrifício.
Dizia eu para mim: mas eu fiz isto! Mas afinal para que serviu? Ele há coisas... É que as coisas que treiná-mos cá não serviam para o género de guerra que existia lá.
Continuando pela especialidade, pelas recrutas que dei, eis que cheguei à parte mais dolorosa: a formação de companhia para ir para a "Guerra". Mas, entretanto, chegou o meu neto que se juntou a mim para ver algumas fotos e acabou por dizer: do que a malta gora se safou! Pois é disse eu, com o sacrifício da juventude da altura até ao 25 de Abril (e o 25 de Abril, claro) serviu para que parte destas fotos se não voltassem a ver. Não te faz diferença, depois de tantos anos passados voltar a estares a reviver a guerra. Eu não. Antes pelo contrário, (falo por mim) fechando-se nas coisas como aconteceu a muitos é muito pior para a saúde mental. No principio ´quando cheguei, principalmente durante a noite, acordava levantava-me e fazia disparates como se estivesse na guerra mas libertei-me disso, despejando para fora em conversas com amigos e familiares contando cenas da guerra isto é, revive-las. Até hoje, como sabes, não voltei a ter problemas. Estava a chegar a hora do jogo da Académica e lá foi o meu neto sofrer um bocado, ele é todo da Académica mas a coisa não está a correr lá muito bem! Eu continuei até que cheguei à partida e aos dias que por lá andei (Moçambique). Revivi a viagem de barco a viagem de comboio até Catur, algumas fotos de Colunas e patrulhas enfim, era como tivesse a ver um filme. Não foi mau de todo o tempo passou depressa fechei as pastas com um sorriso. Foi bom. Como costumo dizer:"Recordar é Viver".
Isto já lá vai. Esta guerra era outra, agora as guerras são diferentes e tão diferentes são estas em que vivemos que nós não conseguimos ver o inimigo à vista desarmada. Não são só as guerras bélicas, são agora como esta que está sobre nós: o CoronaVirus! É que nós não vimos o inimigo e ele vê tão bem a todos nós. Podemos ser emboscados a qualquer momento e em qualquer hora sem poder-mos fazer nada.Não vai ser fácil derrota-lo, até lá muita gente vai ficar à sua mercê.
O tempo já vai adiantado, começou agora a chover outra vez e a noite vai caindo. Sendo assim, termino por hoje desejando a todos a continuação de um bom fim de semana com muita saúde e paz.

                                                                      SANTA

22 fevereiro 2020

POESIA DE...

Acabei de ler o livro de poesia do meu amigo Fernando Alhau. Ao acabar de o ler, não podia deixar de citar mais um dos versos que li e que achei muito bonito.

    " O MEU LUGAR"
De olhos postos num fim,
Lá longe na eternidade.
Escolho um lugar para mim.
Lá, onde as estrelas sorriem
Onde mora a liberdade.

Mais longe que o infinito,
Pr`além do tempo esquecido.
Sonho belo e sem idade
Onde as flores não são compradas
Onde viver é verdade.

Lá, o perfume das flores
E a esperança no amanhã,
Fazem ver que a multidão
Que só corre...está parada!
Que valem tanto e ...são nada!
Pois querem comprar o amor.
E esquecem de sorrir
E avida que esta para vir.
Essa vida que me diz
Que se beijares uma flor
És capaz de ser feliz

                                Fernando Alhau

E assim termino por hoje. desejando a todos um óptimo Carnaval (para quem gosta) epara quem não gosta um óptimo Carnaval na mesma!


 Um grande abraço.

                                SANTA

14 fevereiro 2020

VERGONHA!

Vergonha e desprezo por quem deu a vida por uma GUERRA INJUSTA. Já à muito tempo que o Estado Português vem tentando levar para o esquecimento a situação em que se encontram muitos dos Deficientes das Forças Armadas. Todos parecem que olham para o lado como se nada exista de mau sobre os deficientes. Não basta que sempre que visitam a Associação e profiram grandes discursos com palavras lindas e promessas. Para quê? Para depois nada fazerem? Ficando à espera que a lei da vida (morte) resolva os problemas? Sim. Já resolveu o problema de muitos! Uns com a morte natural outros com o suicídio. Os Deficientes das Forças Armadas não querem ser coitadinhos, querem ser tratados como gente. Serviram para defender as ex colónias e a agora querem fazer deles lixo! Fizeram-no com os combatentes da grande Guerra e agora querem fazer o mesmo a estes? Já no fim das suas Vidas? Não vão conseguir.
Agora, e a saga continua, são os Direitos Humanos que estão em causa. Vou transpor parte de um artigo que veio no jornal Elo, que passo a citar:
"Os deficientes Militares, cujo sacrifício na Guerra Colonial permanece nos seus corpos e mentes, no agravamento das suas deficiências, por incumprimento da Lei da República portuguesa, estão novamente a ser vítimas de uma severa privação no fornecimento de próteses, ortóteses e produtos e produtos de apoio a que têm direito. A indignação cresce com a incompreensão de uma realidade trágica: durante a Guerra Colonial nunca se esgotaram as munições, mas hoje, 45 anos após o seu fim, deixaram acabar aquilo que nos dá vida. Onde está agora o reconhecimento e a reparação moral e material de que somos credores?" Fim de citação.
Pois é. Disse uma vez o Dr. Jaime Gama, que os Deficientes das Forças Armadas, eram a prioridade das prioridades.Claro que disse. Mas o resto estava a dormir ou a olhar para o lado! Os deficientes já não têm 20 anos, tiveram 20 anos sim quando os mandaram para uma guerra injusta e lhes estragaram a vida para sempre. Não só os deficientes, mas todos aqueles que nela estiveram, pois não sendo deficientes no seu corpo também não trouxeram nada de bom. Como disse, os vinte anos já lá vão, agora com a idade mais avançada as deficiências vão-se agravando, que o digam as famílias.

Por hoje, é tudo. Esperando que da parte dos nossos governantes haja bom senso e respeito pelo ser humano, no que diz respeito aos deficientes e de todos aqueles que neste país sofrem.

 Desejo a todos um óptimo fim de semana com muita paz e muita saúde. Um abraço.

                                                         SANTA

04 fevereiro 2020

Declarações de GUERRA

Sempre que me é dado a conhecer literatura que tenha a ver com a "nossa" ex-guerra colonial e que me mereça toda a confiança pela sua verdade, sinto ser minha obrigação e dever dá-la a conhecer aos outros. É o caso desta excelente obra, que leva a nossa memória a 50 atrás, ainda a lembrar situações passadas e que, frases como esta, dizem tudo: "Eles conseguiam andar quilometros a sangrar".   
Recomendo a sua leitura vivamente e homenageio o seu autor Vasco Luis Curado pela ideia e dedicação à causa.






02 fevereiro 2020

ADORMECIDO...

Pois é! O nosso blog está adormecido. Onde estão os meus colegas de escrita? Não quero acreditar que nenhum deles não tenha um pouco de tempo para escrever qualquer coisa... Não adormeçam, acordem... Comunicar é viver e à sempre coisas para dizer!
Este Domingo, foi muito bom. Esteve um dia de sol razoável em contraste dos últimos dias. Fui dar uma volta até ao "CHOUPAL" e respirar um pouco de ar puro (que já há pouco) junto ás margens do "MONDEGO". Ouvindo a água a cantar de pedra em pedra, os pássaros nas árvores entoando as suas melodias, e os esquilos fazendo companhia aos nossos passos, que melhor? Os meninos e as meninas passeando com os seus cães, os namorados trocando o seu beijo atrevido, outros fazendo exercícios físicos como, corridas e passeios a pé etc, etc... e ainda outro tipo de exercício: comendo o seu farnel. Por vezes é bom sair de casa para espairecer um pouco. Deixar o carro sossegado em casa (ele também precisa de descansar) e dar um pouco à perna que também faz bem. De minha casa ao choupal, ir e vir são doze quilómetros mais coisa menos coisa. Com calma e um pouco de conversa pelo caminho faz-se bem! Depois é simples: chegar a casa tomar uma banhoca e já está...E o Domingo passou em beleza.

Gostava agora, de presentear o nosso blog, com uma poesia de um amigo meu. Só uma. Tem por titulo: "CORAGEM".

Se um dia me perguntares o que tenho de valor,
O que ficou dos olhares, das viagens, dos lugares.
Os sinais que percebi.
E os que não soube entender, ou não fiz por merecer.
O que na pressa não vi,
Ou que vendo não quis ver.
O que deixei a pairar!

Do que me sei e habita, precário em mutação
Guardo cores e grãos de areia, cheiros, pele, a lua cheia,
Crescentes e minguantes.
Fiz desenhos em carvão e alguns ficaram pelo chão
Esquecidos e tão distantes!
Das penas fiz algodão,
Que pudesse carregar.

Se a sede é certo que sobra, a história foi-se escrevendo
Passo a passo, lentamente ou na fúria da torrente
Das vagas que me percorrem.
E num remanso eu cotejo a verdade e o desejo.
Que os sonhos, esses não morrem,
Renascem em cada beijo.
E eu sem eles morreria!

Já mudei o curso ao tempo e fui onde a alma alcança
Onde não supus chegar, ou sequer sonhei sonhar!
E tudo o mais tanto faz.
Ao belo, à verdade, ao bem, tua ousadia de mãe
Nas vidas que à vida dás
(E que à minha dás também).
Por quem a vida eu daria.

                               É autor deste verso, um amigo de nome Fernando Alhau. 

      Por hoje é tudo, um grande abraço para todos e uma óptima semana.

                                                              SANTA