Pesquizando poesias na net, encontrei um poema interessante de um poeta cujo titulo é: As Balas. Precisamente por este nome é que me despertou a atenção. O poema foi escrito por Manuel da Fonseca. Era natural de Santiago do Cacém (distrito de Setúbal) onde nasceu a 15 de Outubro de 1911 e faleceu a 11 de Março de 1995.
"AS BALAS"
Dá o outono as uvas e o vinho
Dos olivais o azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas dão o sangue derramado
Dá a chuva o Inverno criador
As sementes da sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas dão o sangue derramado
Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa do mundo renovado
Aos corações dá amor renascido
As balas dão sangue derramado
Dá o sol as cearas pelo verão
O fermento ao trigo amassado
No esbraseado forno dá o pão
As balas dão o sangue derramado
Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas dão o sangue derramado
Do meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas dão o sangue derramado
Dá a certeza o querer e concluir
O que tanto nos nega o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que o sangue derramado
Que as balas só dão sangue derramado
Só roubo e fome e sangue derramado
Só ruína e peste e sangue derramado
Só crime e morte e sangue derramado.
MANUEL DA FONSECA
Por hoje é tudo espero que gostem.
Um abraço
SANTA
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