15 julho 2025

POESIA...

 Pesquizando poesias na net, encontrei um poema interessante de um poeta cujo titulo é: As Balas. Precisamente por este nome é que me despertou a atenção. O poema foi escrito por Manuel da Fonseca. Era natural de Santiago do Cacém (distrito de Setúbal) onde nasceu a 15 de Outubro de 1911 e faleceu a 11 de Março de 1995.


   "AS BALAS"


Dá o outono as uvas e o vinho
Dos olivais o azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas dão o sangue derramado


Dá a chuva o Inverno criador
As sementes da sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas dão o sangue derramado


Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa  do mundo renovado
Aos corações dá amor renascido
As balas dão sangue derramado


Dá o sol as cearas pelo verão
O fermento ao trigo amassado
No esbraseado forno dá o pão
As balas dão o sangue derramado


Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas dão o sangue derramado


Do meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas dão o sangue derramado


Dá a certeza o querer e concluir
O que tanto nos nega o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que o sangue derramado


Que as balas só dão sangue derramado
Só roubo e fome e sangue derramado
Só ruína e peste e sangue derramado
Só crime e morte e sangue derramado.


                               MANUEL DA FONSECA

                     Por hoje é tudo espero que gostem.

                                         Um abraço

                                           SANTA




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