Vinte e oito de Agosto de1968. Cinquenta anos depois. Ainda me recordo dos primeiros dias (13) que estive em Matipa.
Depois de uma viagem desde Chala pela calada da noite da selva Africana ( distrito do Niassa), em que uma dúzia de "gatos pingados" forçados a um acto heróico por uma ordem superior, ordem dada sem qualquer responsabilidade daquilo que nos podia acontecer, quais heróis alegres e destemidos (que remédio) lá chegamos a Matipa !
Chegados são e salvos, fomos ver as nossas instalações. Uma tenda quadrada com piso de terra batida e uma dúzia de sacos cama. Depois fomos recebidos pelo chefe das Milícias e combinamos hora para falar sobre o local.
Depois de uma mini noite, fomos acordados pelo mais belo despertador: os sons da selva ao nascer do sol. É coisa que nunca mais se esquece!
Fui ter com os milícias e aprendi logo um som: era o som peculiar das Hienas. Fomos então reconhecer o local.
Tínhamos a cerca de quarenta metros o rio com alguma abundância de água. O que seria bom para o nosso dia a dia. Enquanto isto, quatro dos meus soldados ficaram tratar da espécie de uma cozinha e ver o que havia de alimentos: zero! Só tinhamos arroz e salsichas que foi o que nós tinhamos trazido!
Estávamos na época das chuvas! Era outro problema. Ao quarto dia, fomos tentar entrar em contacto via rádio com a companhia. Resultado: nunca conseguimos e nem nos dias seguintes. Foi um dia negativo. Nos dias que se seguiram, fizemos patrulhas ao longo do rio e fomos com alguns membros da população local (cerca de oitenta pessoas) á lenha e escolher alguns paus para construção de palhotas. Pensámos arranjar algo de caça para comer ideia que ficou logo de parte por causa do possível tiro indicar a nossa presença ao inimigo.
Depois daqui foi planear os dias seguintes que por sinal não foram lá muito bons.
Por hoje é tudo, um abraço. SANTA.
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