Por: F. Santa
No passado dia 18 de Junho assinalaram-se os 50 anos do primeiro voo do ALOUETT III em território Português. Esta efeméride, teve comemorações oficiais tendo sido evocadas as missões destes helicópteros na Força Aérea Portuguesa que resgatou e salvou tantos camaradas nossos durante a guerra Colonial. Além do Chefe de Estado da F. Aérea Portuguesa (que presidiu às cerimónias), estiveram presentes várias gerações de militares. Esteve ainda presente, o Comendador José Arruda presidente da A.D.F.A..
Camaradas. O nosso blog não poderia ficar indiferente a esta efeméride. Ela diz respeito a todos nós. Toca-nos!!
Com 50 anos de serviço, estes ALOETTES III, têm no seu currículo mais de 300 mil horas de voo em missões operacionais e de instrução.
Trata-se de uma “Máquina” que se manobra muito bem e que pode ser utilizado em muita coisa: Acções de assalto, salvamento, evacuação, resgates no mar, patrulhamentos, transporte, apoio nos combates a incêndios e instrução de voo. Está equipado com um trem de aterragem fixo, de rodas, podendo através de uma instalação especial utilizar flutuadores.
Eis as características técnicas deste nosso amigo!
Comprimento: 12,84m. Altura: 2,97m. Diâmetro:11,02m. Velocidade Máx: 209 Km/h. Velocidade de Cruzeiro: 167Km/h. Velocidade de manobra: 0-209 Km/h. Potência: 880 HP. Alcance Máx: 460Km. Autonomia Máx: 02h30. Peso em vazio: 1.234Kg. Peso Máx. em Take –off: 2100kg. Peso Máx. Carga: 750kg. Tecto Máx: 6.500 m. Passageiros: 6. Infantaria: 5. Paraquedistas: 5. Macas: 2. Tripulação: 1 Piloto. Combustível: 565 Litros.
Pode ser ainda equipado com um canhão lateral de 20mm e um sistema de lança – foguetes (12 foguetes) de 2,75”. O motor é 1xARTOUSTEIIIB “TURBOMECA”.
Este é o bilhete de identidade deste nosso amigo que tantas vezes foi ao mato em nosso socorro. Quem é que ainda hoje não se lembra do seu barulho característico? Os anos passaram, é uma verdade, mas o seu som ficou gravado em todos nós, até hoje. Quantos camaradas se salvaram à custa do ALOUETTIII e daqueles que o pilotavam? Só quem não esteve no mato é que não pode descrever as aterragens difíceis (suicidas, muitas vezes debaixo de fogo) arriscando (eles também) a sua própria vida para SALVAR aqueles que sofreram no corpo ferimentos graves e o prenúncio da morte.
A ti que não falas, nós todos te agradecemos o bem que nos fizeste. É por isso que nós temos um dos teus irmãos no nosso Museu da Guerra Colonial em Famalicão para seres sempre lembrado. Para vocês, um bem-haja. Para a Força Aérea Portuguesa e para quem os tripulou, o nosso agradecimento sincero.
(Algumas partes deste texto foram tiradas do jornal o “ELO” da A.D.F.A.)
Já agora, (fazendo um pouco de publicidade) vão ao Museu da Guerra Colonial em Famalicão! Ele é de todos nós. Faz parte da nossa vida! Para quem ainda não sabe aqui fica o endereço: Parque Comercial Discount, Rua dos Museus, Ribeirão – Vila Nova de Famalicão. www.museuguerracolonial.pt.
________________________________________
O não menos importante Noratlas. Evacuou muita malta para os hospitais. Complementava muitas vezes o resto das evacuações. Eu fui evacuado num deles de V. Cabral para Nampula.
Na foto, o nosso camarada Carlos Silva.
Agora vou de férias. Para aqueles que já gozaram, que tenham sido umas boas, para aqueles que ainda não foram desejo-lhes boas férias.
Do Santa, um abraço para todos.
É bem verdade que a maioria de nós ainda mantém na memória o som caracteristico daquelas máquinas infernais picando sobre os aquartelamentos levando médicos e enfermeiros que tantas vidas acabaram por salvar, como tu dizes. Mas também não podemos esquecer a missão importantíssima que tinham de nos levar o correio da família e das namoradas que tanto gozo nos dava e nos alimentava a alma. Desejo-te as melhores férias possíveis junto de tua família. Cá te esperamos para dar continuidade ao nosso "entretém"!
ResponderEliminarAbraço, A.Castro