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27 fevereiro 2011

GUERRA COLONIAL - Mãos na consciência

Devido  à alta tecnologia das comunicações  e à inerente globalização em que passámos a viver  todos e quaisquer  assuntos  ou  eventos se tornam, obrigatóriamente, mediáticos. Gosto mais de dizer  à moda antiga"na ordem do dia".
Acredito que, por isso mesmo, tenho verificado, ultimamente, que todo "mundo careta" (perdoem-me a expressão) tem vindo a publico deitar opiniões cá para fora sobre um tema rotulado de tabú, complexo, etc. etc. e ao qual costumam chamar, entre vários nomes, de Guerra Colonial.
Por mim, que também por lá andei a penar acompanhado de 1 milhão (dizem)  de sacrificados, sempre entendi esta grave lacuna como uma questão anormalmente incómoda à qual  só está a faltar, obrigatóriamente, o "acto final de contrição" de quem de direito para o circulo se fechar finalmente.  E, todos conhecemos e sabemos até o Id. "do quem de direito". Por isso o apontamos a dedo.
Sobre os 50 anos (pomposamente bodas de ouro) do inicio da guerra colonial que têm servido para comemorações de todo o género estou em total desacordo e passo a explicar:
Todos sabemos que a dita guerra foi atípica, anormalmente injusta, feita à medida dos altos interesses empresariais e politicos da época, tendo sido o seu inicio um dos maiores erros da história do nosso país. Se o bom senso dos governantes tivesse imperado, hoje ninguém falaria de guerra, pois aqueles povos tinham direito, pelo menos e atempadamente, à auto-determinação.
Quem poderá alguma vez comemorar uma guerra que fez milhares de vitimas e tantas familias destruiu e que não teve o objectivo  de defender a Pátria dentro das suas reais fronteiras? Eu não dou dinheiro para esse peditório!
O interesse repentino sobre a  guerra de África e nos "coitadinhos" dos militares deixa-me desconfiado. Sei que vai passar depressa, com a mesma velocidade com que surgiu, e com umas pinceladas de vários discursos aqui e ali, mais uns espetanços medalhisticos em peitos inchados e oferecidos a fazer lembrar o orgulho pátrio dos recentes 10 de Junhos, a coisa fica resolvida e mais uma vez esquecida e adiada. Chama-se a isto "MÃOS  NA  CONSCIÊNCIA" de curta duração!
Mas, quem sabe as linhas com que se devem   cozer são os vários organismos que, acima de tudo, se preocupam na defesa intransingente   dos interesses dos ex-combatentes, digo eu,  e,   com toda a certeza,  estão  sempre em alerta máximo!
Para mim as unicas e genuinas comemorações sérias são os convívios/almoços anuais dos ex-militares por esse país fora.
Termino,    sem   antes dizer que  continuo a   aguardar  que um dia, do nada surja alguém do "quem de direito" e,   simplesmente, me peça perdão pelo mal que me fez.
Pelo realismo e seriedade das palavras aqui deixo, também,  algumas opiniões de pessoas, por acaso figuras publicas, que muito me sensibilizaram,   pois pensamos da mesma maneira.  Bem hajam a todos que assim pensam.
                                         Ass: A.CASTRO

 

António Lobo Antunes: “Muitos daqueles rapazes continuam lá”

A guerra em Angola é uma memória “dorida” para António Lobo Antunes mas o escritor afirma que foi em África que ganhou o “respeito” por si próprio.
“Eu só comecei a ganhar o meu respeito em África. Porque tinha vergonha de mim”, afirmou António Lobo Antunes numa entrevista à Agência Lusa, em Paris, onde esteve para promover a tradução francesa do romance O Meu Nome é Legião.
“Lembro-me vagamente de um discurso de Salazar. Julgo que, na altura, tomei por boa a explicação de uma revolta de bandidos e de canalhas que estavam fazendo coisas cruéis e horríveis em África e portanto o governo português mandava para lá uma força pacificadora, quase de polícia, para resolver o problema”, recorda hoje o escritor.
“Acho que me portei bem em África”, afirmou Lobo Antunes, que combateu em Angola como jovem oficial do Exército português em 1971-72.
“Consegui uma coisa que é muito rara e que é um dos meus orgulhos, que é o respeito dos meus soldados. Eram garotos de 20 anos. Eles só amam quem respeitam. Encontramo-nos todos os anos e a maneira como eles me tratam comove-me sempre. Se eu me tivesse portado mal, eles desprezavam-me”, declarou Lobo Antunes.
“Eu só tenho a dizer bem do Exército português. Os nossos oficiais, os que conheci, que eram poucos, portaram-se com imensa dignidade. Por paradoxal que possa parecer, tive orgulho de estar ao lado daqueles homens”, acrescentou o escritor, que ao longo da entrevista recordou a figura de Ernesto Melo Antunes, “um homem superior”.
Dos soldados portugueses em combate, Lobo Antunes diz que “os rapazes eram extraordinários”. Um oficial cubano disse-lhe mais tarde que “éramos grandes soldados. Então compreendi porque é que fomos nós que fomos à Índia”.
Sobre o comportamento dos soldados portugueses, o escritor recorda que “eram como os oficiais: obedeciam a quem respeitavam. Daí haver pelotões muito melhores que outros, porque havia oficiais mais corajosos que outros e com mais capacidade de decisão debaixo de fogo”.
A guerra foi para Lobo Antunes “uma aprendizagem muito lenta, muito difícil e cheia de culpabilidade”. Cada um tinha os seus valores mas “nunca houve uma conversa” sobre isso entre as tropas, sublinha Lobo Antunes, que recorda uma cena do filme “Non, ou a Vã Glória de Mandar”, de Manoel de Oliveira.
“Os soldados vão num Unimog a discutir da justiça e da injustiça da guerra. Fiquei furioso com aquilo. Nós lá estávamos apenas ocupados em chegar ao dia seguinte”, diz Lobo Antunes.
“Lembro-me de uma carta do Ernesto, lá: ‘Cada vez mais isto me parece um erro formidável’”, acrescentou o companheiro de armas e amigo de Melo Antunes, que morreu “com grande dignidade” aos 66 anos, vítima de um cancro.
“Continuamos todos em guerra”, responde Lobo Antunes quando questionado sobre o seu silêncio em torno dos anos na tropa, comum a muitos antigos combatentes.
“Nunca acaba. As outras pessoas não compreendem. Muitos daqueles rapazes continuam lá e o tema constante das conversas deles é aquilo. O sofrimento, a revolta, o horror daquilo tudo. Cada vez que eu como com os oficiais da minha companhia, sei que nessa noite não durmo”, contou Lobo Antunes.
“Um dos meus oficiais, que morreu há relativamente pouco tempo num acidente brutal de automóvel, estava um dia numa bomba de gasolina e um carro passou-lhe à frente e ele foi de imediato ao porta-luvas buscar a pistola. Um homem doce. Mas a primeira reação emocional dele foi imediata. Era muito difícil elaborar estas emoções. Havia como que uma regressão e voltávamos àquele estado”, recordou o escritor.
“É uma pena mas ainda não se fez o grande livro sobre a guerra. Tem que ser muito mais que um romance, tem que ser um documento e não é para mim”, conclui António Lobo Antunes. “Terá que ser feito com olhos mais frios e ser feito falando com aquelas pessoas. Com os soldados, não com os chefes.”
04 de Fevereiro de 2011

Guerra Colonial no cinema: portugueses não olham para as feridas do passado
António-Pedro Vasconcelos, Margarida Cardoso e João Botelho, três realizadores que colocaram a guerra colonial no cinema, dizem agora, 50 anos depois do começo do conflito, que os portugueses não olham para as feridas do passado.
Um Adeus Português, de 1985, é considerado o primeiro filme português de ficção a abordar diretamente a questão da guerra colonial e João Botelho fê-lo porque "não aguentava mais o silêncio", disse à agência Lusa.
"Foi uma guerra de desgaste, de podridão e senti que precisava de romper o silêncio", recordou, admitindo que fez o filme também como uma espécie de catarse pessoal, porque lhe morreu um irmão em treinos militares.
"É um filme sobre a derrota e é uma coisa sobre a qual ninguém fala. Os portugueses não falam sobre a guerra", criticou o cineasta.
Se a produção de cinema de ficção em Portugal não é muito extensa, a que diz respeito direta ou indiretamente à guerra colonial, ao pós-guerra, aos efeitos na sociedade portuguesa, à emigração, aos retornados, à identidade de Portugal, é ainda menor.
Além de Um Adeus Português, citam-se os exemplos de Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), de Manoel de Oliveira, e os mais recentes Costa dos Murmúrios (2004), de Margarida Cardoso, Os Imortais (2003), de António-Pedro Vasconcelos, ou 20,13 (2006), de Joaquim Leitão.
Margarida Cardoso, que nasceu em 1963 em Moçambique, onde o pai cumpria serviço militar, abordou o tema tanto na ficção como no documentário.
Em 1999 fez Natal 71, documentário com traços biográficos, que recupera um disco que os militares receberam com mensagens de propaganda do regime de Salazar. Cinco anos depois adaptou para cinema o romance de Lídia Jorge, passado também em Moçambique, A Costa dos Murmúrios.
"A minha geração [com mais de 40 anos] foi a ideal para fazer uma reflexão sobre a guerra colonial. Estamos ligados a ela porque há sempre uma pessoa na família que passou por isso ou tem uma história. Mas ao mesmo tempo não nos sentimos culpados por ela. É uma geração que está próxima e distante", disse a realizadora à Lusa.
"Devemos enfrentar o que fizemos de mal. E uma das coisas que correram muito mal foi a história dos retornados. Foi uma injustiça gigantesca, há um rancor e um desgosto que passou para filhos e netos", lastimou.
António-Pedro Vasconcelos, que tinha 22 anos quando a guerra começou, não se poupa nas críticas ao que não foi feito: "Temos tendência para esconder as memórias no sótão. Não fizemos o luto, não olhámos para as nossas feridas", disse à Lusa.
O realizador fez em 1974 o documentário Adeus até ao Meu Regresso, no qual reuniu depoimentos de soldados que estiveram na Guiné, a primeira ex-colónia a conquistar a independência.
Quase trinta anos depois estreou a ficção Os Imortais, a partir de um romance de Carlos Vaz Ferraz, em que as personagens são quatro ex-combatentes da guerra colonial.
"A ficção tem um papel catártico, as pessoas podem falar de maneira individualizada sem se fragilizarem, porque a guerra foi uma coisa terrível, condenada ao fracasso, traumatizante", disse.
Em 13 anos de guerra, para a frente de combate foram mobilizados um milhão de soldados, 10 mil morreram e 30 mil ficaram feridos.
Meio século depois do começo da guerra, António-Pedro Vasconcelos defendeu que o Estado tem a obrigação de promover a recolha de memórias.
Já João Botelho prefere olhar para aquele período como a época em que se deu "o nascimento de novos países em África com uma língua que nos une a todos".
07 de Fevereiro de 2011


24 fevereiro 2011






 Por:  F. Santa  

Cá  estou eu com novas imagens. Em cima, segundo sei, foi uma festa em Lione. Não sei qual foi o significado da mesma. Será que existe alguém capaz de contar o que se passou? Vá lá, digam qualquer coisa! A segunda, julgo saber que foi em A. Enes no fim da comissão. Verdade? Será que vão continuar todos calados? Espero que não. Eu sei que vocês vão gozando com aquilo que vêem, mas bolas!!! Pensem que quem vos faz gozar com tudo isto, também gostaria de ter a vossa colaboração com os vossos comentários e as vossas histórias.
Vejam a foto em baixo. Que domador de feras! Quem é? Descubram! Já agora envio daqui um abraço para o meu amigo Tomé que está nos E.U.A. (que eu sei que ele vê o site!)  perguntando quando é que ele, dessa terra distante, também colabora connosco. Fico à espera.
                            
    O seu browser pode não suportar a apresentação desta imagem.  Para todos um grande abraço do vosso amigo Ex. Furr. Santa. 
     .

17 fevereiro 2011

CÁ ESTOU EU NOVAMENTE

Por: F.Santa  
Hoje vou começar assim. Cada vez estou mais convencido que pouca malta das nossas raízes vêm o nosso site, ou então vêm só  por curiosidade. Também pode ser um pouco de desleixo, e digo isto porque eu tenho feito algumas perguntas sobre as fotos para um melhor reconhecimento e nada! Mas pronto, paciência. Enquanto eu tiver material e o Soares continuar com a boa vontade dele, isto não acaba.
No Sábado passado, fui a Leiria à reinauguração do monumento às mulheres dos combatentes do Ultramar, pois teve que mudar de sítio depois de ter sido abandonado e vandalizado. Embora o sítio seja agora mais digno, esperamos que ao longo do tempo ele se mantenha com dignidade. Já agora, um obrigado  à Câmara Municipal de Leiria e, pela parte que me toca, à Ass. Dos Deficientes das Forças Armadas. Sobre o monumento (e isto é a minha opinião pessoal): não gosto. Acho que a Mulher merecia um monumento mais simples, que traduzisse à vista desarmada de qualquer cidadão, o que era.
        Da esquerda para a direita: A peça que está ao alto significa o aerograma. Depois por ordem, as peças representam: Angola, Moçambique e Guiné. Deixo à vossa apreciação.


 


De seguida, vão mais duas fotos da nossa guerra. A 1ª é o Marreiros da Conceição com o nosso amigo João Rodrigues, a 2º é uma operação, algures em Lione. Aceitam-se comentarios!


Um abraço do sempre vosso amigo Santa

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16 fevereiro 2011

"COMPANHIA DE TRANSPORTES" ?

 É a dúvida que ocorre, ao visionar mais estes "filmes" do Chala ... Mas não, é de facto a Companhia de Cavalaria de que, orgulhosamente, fizemos parte...

 Estes magníficos registos do Magalhães valem por mil palavras, e demonstram à evidência o óptimo relacionamento que mantínhamos com as populações. Aliás, nas zonas operacionais não havia qualquer rede civil de transportes.
  Em quase todas as colunas, na zona do Lione (que englobava o destacamento de Chala), fazíamos transporte de civis acompanhados das respectivas bagagens. Felizmente não houve acidentes graves, salvo uma ou outra peripécia já relatadas,com muita graça, pelo companheiro Santa e que podemos relembrar "clicando"   aqui    e     aqui....
  Além do espírito de ajuda  aos nativos, que era bem real, também considerávamos esta "benemerência" como uma espécie de "seguro anti-emboscada"...
  No caso de Chala, estas imagens avivam-nos a memória: a mim proporcionaram uma sensação de realidade que eu não esperava. Relembro que o edifício branco era o Posto Administrativo (e residência do Administrador), bem mais confortável que as nossas miseráveis instalações. Neste segundo vídeo conseguimos ver bem a nossa "parada" e a palhota do "comando" do pelotão, a que, a certa altura, chamáva-mos a "Casa da Mariquinhas"...

11 fevereiro 2011

OLÁ AMIGOS!

Por: F. Santa  


Já  estamos em Fevereiro. Aproxima-se o dia 7 de Maio, dia do  43º  convívio da nossa companhia. Espero que desta vez não se esqueçam de estar  presentes, pois para quem tem o trabalho de organizar, é confortante chegar ao dia e ver como todos responderam à chamada. É sempre uma alegria imensa. Sendo assim, comecem já a organizar, pois o tempo passa depressa.
Continuo a ver a malta muito parada. Os comentários têm sido poucos, há fotos que poderiam ser esclarecidas quanto a locais e nomes dos que nela estão, mas para isso é preciso haver participação da malta! Onde estão as fotos e as histórias? Vocês estiveram lá mais tempo do que eu. Por onde anda o meu amigo Paulo? Já tenho saudades dos textos dele.



Vou enviar mais duas fotos. A primeira é do nosso saudoso sargento Carvalhito, que na célebre picada do Caracol, deu a sua vida por uma guerra injusta, juntamente com o nosso também saudoso furriel Santos.





A segunda, quem é que não o conhece? É o nosso famoso Serrote na companhia do João Rodrigues. Lembram-se?
  


   Ex. Furriel Santa

09 fevereiro 2011

" EMBOSCADA "

Clique na imagem para ver


COMPANHEIROS,
 O meu texto de hoje vai incidir sobre o programa que deu no Domingo, na SIC, sobre a guerra do Ultramar. O programa tinha o titulo de “Emboscada” e foi filmado na Guiné.
Não sei se viram. Foi uma filmagem em tempo real, feita por uma jornalista francesa para uma estação de televisão. Portanto, como já ouvi dizer que foi uma montagem, só pode ser por brincadeira e é de muito mau gosto, só é de gente que ainda hoje brinca com a situação como se tivéssemos todos ir passear, ( alguns se calhar foram mesmo!)
Foram imagens que denunciaram realmente como era a guerra e o que era para todos nós, o sofrimento com as situações como a reportagem nos mostrou. Quando estava a ver, emocionado (claro) com o que via e no meio das minhas lágrimas e da minha mulher, tive um desabafo: Só é pena que esta reportagem não tivesse sido passada na Assembleia da República em ecrã gigante (para verem melhor), para assim saberem o que é que a juventude de então passou, talvez passassem a olhar para nós de outra maneira. São imagens arrepiantes. Podem dizer que sou um revoltado, pois sou. Em  tudo o que diga respeito ao desprezo por todos aqueles que combateram e foram deitados ao lixo, aí estou eu na minha revolta. Não foram poucos. Desde o começo da guerra até 1974, morreram 8.803 militares, dizem! Feridos e portadores de deficiência 15.507. Em Angola morreram 3.423, em Moçambique 3.099 e na Guiné 2.281, aqui desde de 1963 a 1974. Como se pode ver, não foi passar férias! Esconder a realidade para quê? A quem incomoda? Fomos (na altura) defender Portugal. E o que recebemos em troca? O desprezo quase total.
Quem não viu, pode ir ao site da SIC (dia 6) e ver.  (ou clicar acima...)


Mudando agora de assunto, 
aqui vão mais duas fotos, sendo a primeira bem elucidativa como se tratava o relvado do estádio do Lione. A relva tinha que estar bem tratada e para isso lá estavam o João Rodrigues e o Fernandes Parreira a mostrar como é. 
 
A segunda mostra-nos o João Vargas Galo, o Manuel Francisco Agostinho e o João Rodrigues e o nosso já famoso monumento.
                                                          Um abraço para todos.
                                                                        SANTA

05 fevereiro 2011

Olá Companheiros!

Por: F. Santa

Os anos passaram e cá continuamos nós a contar a nossa odisseia por terras do Ultramar, mais propriamente por terras de Moçambique. Éramos jovens, todos com o sangue na guelra (como se costuma dizer) e uma vida pela frente, vida que nos foi cortada por uma guerra imposta sem qualquer sentido e que acabou por dizimar parte de uma juventude, que tanto tinha para dar à verdadeira Pátria que os tinha visto nascer. Estamos em 2011. Comemoramos este ano os 50 anos do início da guerra do Ultramar, não é uma data para se acenderem velas, mas antes para se reflectir no que aconteceu. Na nossa memória estarão para sempre os nossos companheiros, que em qualquer das frentes de guerra, pagaram com a própria vida o preço de uma guerra injusta. Não nos podemos também esquecer dos que ainda se encontram entre nós e são o espelho daquilo que se sofreu, os que ficaram DEFICIENTES. Nem de todas   mulheres que ficaram viúvas, tanto dos que faleceram lá como daqueles a quem a sua deficiência também levou. É ainda importante lembrar as mulheres que ao longo dos anos souberam zelar por aqueles que até hoje lutam com a sua deficiência, e ainda  aqueles que não sendo deficientes ainda hoje sofrem no corpo as mazelas deixadas pela guerra. Depois de tudo o que disse, só espero que os nossos governantes não nos abandonem até ao fim das nossas vidas, pois ainda há pouco tempo foi dito pelo governo que “nós somos a prioridade das prioridades”. Assim seja!
Companheiros, aqui vão mais duas fotos. Na primeira, segundo sei, é o João Correia (falecido), o cabo H. Rodrigues e o Cabrita. Na segunda, são oito algarvios no campo de futebol do Lione. Quem os identifica?

O seu browser pode não suportar a apresentação desta imagem.
O seu browser pode não suportar a apresentação desta imagem.
Para todos um abraço do Santa.


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04 fevereiro 2011

"Os putos" de Chala

O melhor do mundo: as crianças!   


Em conversa com o A. Castro, tendo como base as imagens do Google Earth, consideramos haver boas probabilidades de o nosso aquartelamento do Chala ter estado instalado no local de coordenadas


 Daí me ter ocorrido preparar o esquema que agora vos mostro, e que deixo à consideração de quem lá morou alguns meses...  Parti do pressuposto de que o edifício assinalado com A era o Posto da Administração, como é convicção do Castro que lá esteve há poucos meses e recolheu testemunhos de "cocuanas" locais que ainda se lembram de nós...

Se a ideia estiver certa, então a nossa picada corresponderá à linha preta (já que passava entre as palhotas e a pista)  e a parte rectilínea da actual estrada estará na antiga pista de aviação. Recordo-me bem de então se falar que a extremidade da mesma era já no Malawi.