ILHA DE MOÇAMBIQUE
Eis-me, finalmente, chegado à "metrópole" depois de ter estado 2 meses no norte de Moçambique. Conforme é do Vosso conhecimento através de apontamentos que no nosso blog vão sendo deixados, nesta viagem que habitualmente faço àquele país, desta vez entendi visitar também o norte e, consequentemente, os locais que todos temos agarrados às nossas memórias. Digo-vos que, desta vez, e depois de António Enes(Angoche) e Nampula (textos e fotos já aqui inseridos na mesma "Etiqueta") estive em vários outros locais do nosso conhecimento, como: Nova Freixo (Cuamba), Ribaué, Massangulo, Mandimba, Catur (Itepela), Malema (onde aguardámos o comboio que nos levou de regresso a Nacala ?), Vila Cabral e finalmente Lione e Chala.
Não fui a Luatize, porque já não existe, só lá passa o rio com o mesmo nome.
Quanto a Tenente Valadim (Mavago) só existe a capela. Tudo o resto desapareceu dando lugar a extensas plantações de tabaco e outros.
Tenho centenas de fotos para alimentar este blog e dar a conhecer a todos a realidade (se é que o conseguirei) algo penosa, chocante, dramática, por vezes.
Para a maioria de nós é dificil de entender, eu sei. Mas é a realidade e há que saber conviver com isso. Verter umas lágrimas, também faz bem! E isso aconteceu-me quando ao fim de 42 anos olhei de novo para os mesmos locais ou quase!
Como digo, não poderei colocar as fotos de uma vez só por isso, vou aqui inseri-las, localidade atrás de localidade. Hoje toca a vez da Ilha e que isso não faça "azia" ao amigo Magalhães!!
Entrada para a Ilha
Ao fundo uma pequena ilhota. Vê-se ainda a antiga prisão
Antes de entrar na Ilha propriamente dita
Apesar da degradação a beleza tropical impera
Devido à guerra havida entre Frelimo e Renamo a população refugiou-se na Ilha. Hoje proliferam bairros de lata um pouco por todo o lado. Segundo me informaram isso não acontecia no tempo colonial, pois a Ilha era só para visitantes. A população trabalhadora residia do outro lado.
Impressionou-me ver um jardim com calçada à portuguesa, apesar das tentativas para o destruirem
Obelisco (meio destruído) homenageando a presença portuguesa
O Palácio de São Paulo hoje transformado em Museu
Veja-se o estado lastimoso em que se encontra, apesar da Ilha ser considerada há muito tempo Património Mundial. Mas o seu interior está altamente degradado por falta de obras e de conservação adequada. Devido à proibição de tirar fotografias não posso aqui deixar uma ideia real. A Unesco já ofereceu todo o dinheiro necessário para a sua total recuperação, mas tudo se mantem na mesma degradação. Segundo me informaram os ultimos visitantes portugueses, Dr. Jorge Sampaio e Prof.Cavaco Silva, enquanto Presidentes da Republica Portuguesa ofereceram em nome do Governo, um total de 50 milhoes de Euros. Não há palavras para descrever a enorme tristeza que me invadiu quando "in loco" constatei tal realidade. Os nossos antepassados não são merecedores de tamanho desleixo e incompetência. É indigno para ambas as nações. A cultura não se deita fora! Concerteza que há soluções para resolver o problema. Haja vontade!
Estátua de Vasco da Gama
Já no interior do Palácio/Museu na zona do páteo onde é permitido tirar fotos
Transportes de influencia asiatica
Páteo antes da entrada para os aposentos. Este Palácio foi a residencia dos primeiros Governadores da Coroa Portuguesa após a descoberta de Moçambique. A primeira capital foi precisamente a Ilha de Moçambique.
A Capela de São Paulo dentro do Palácio. Tanta arte desprezada!
Entrada para a Fortaleza de São Sebastião. Neste momento, e desde já há algum tempo, encontra-se em obras de recuperação feita pela Empresa Teixeira Duarte
No seu interior ainda não são visiveis os melhoramentos que se esperam
Estátua de homenagem ao Poeta Camões
Acho que esta Capela se chama Santa Maria e tenta dignamente manter-se de pé apesar dos seus 500 anos
Porque a economia é mais rentável, aqui a mesma Teixeira Duarte recupera rápidamente este pontão para atracação de barcos
Presto aqui a minha homenagem á Ilha de Moçambique que, em tempos idos, foi tão linda e maravilhosa (concerteza, palavras do amigo Magalhães), mas que ainda não perdeu a dignidade, esperando um dia voltar a ser a mesma, mostrando o barco tradicional que transporta a população da Ilha para uma outra localidade chamada Cabaceira Grande do outro lado do canal.
Uma vez que há uma ligação forte e histórica entre estas duas localidades, deixarei para o texto seguinte "falar" sobre Cabaceira Grande.
Ainda agora enviei umas palavras relativas ao que o Castro nos proporcionou ver, e, perdeu-se! Vou tentar encontrar!!!!!!!!!!
ResponderEliminarManuel Magalhães
NASCI EM LMARQUES MAS VIVI GRANDE PARTE DA MINHA VIDA NA ILHA DE MOÇAMBIQUE-NA INFANCIA, NA ADOLESCIA E EM ADULTO, ONDE CASEI. HOJE O KE VEJO EM FOTOS COMO ESTAS QUE AQUI ESTAO EH DECEPCIONANTE!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarSERAH QUE O GOVERNO MOÇAMBICANO NEM PRESERVAR SOUBE FAZER???????????
EH UMA TRISTEZA INAGUALAVEL. ACHO QUE NENHUM PAÍS DO MUNDO GOSTARIA DE VER A ILHA (UM PARAISO DO INDICO) VOTADO AO ABANDONO COMO AGORA SE ENCONTRA
ENFIM RECORDAÇÕES NEGATIVAS
HAJA SAUDE !!!!!!!!
UM ABRAÇO AOS MOÇAMBICAMOS DE TODAS A RAÇAS POIS MOÇAMBIQUE ERA MULTIRACIAL(A ILHA ERA UM EXEMPLO)
Realmente lugares paradisíacos, que são deixados a "deriva" por governantes que só se preocupam em se auto beneficiar.
ResponderEliminarAo mesmo tempo que nos deliciamos com lugares como este repleto de inúmeras belezas: hora naturais, hora implantadas pelas mãos dos homens, fica a pergunta que não quer calar, até quando teremos como companhia "santuários" como este, já que a intenção dos poderosos não é preservar.
"... Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos
filhos", e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o
nosso planeta..."
Regina Guimarães