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27 fevereiro 2010

SAUDADES DA BEIRA - 2

Pretendi fazer um comentário ao texto   "SAUDADES DA BEIRA" que o amigo Santa aqui deixou no passado dia 12 Fev. Acontece que após tê-lo feito, do interior  desta "geringonça" a resposta veio imediata:  Não é possivel  porque você ultrapassou os 4096 caracteres.
Claro que,  entre uns palavrões e a vontade de atirar  o "computas" para o meio da chuva  preferi, então, substituir o impossivel  comentário por um   texto também chamado "Saudades da Beira - 2".
Mas, antes quero dizer que não tendo qualquer fotografia alusiva à Beira  lembrei-me de inserir  uma foto do líder da Renamo,  Afonso Dlhakama, partido  que,  desde a independência,  governa aquela provincia, tendo a oportunidade e conhecê-lo em dois  encontros.
     Vamos lá, então mãos ao trabalho pois o tempo está bom para isso!

"Matar  saudades por onde passámos também nos faz bem.
Plenamente de acordo, amigo Santa, desde que tudo se mantenha igual ou pelo menos idêntico ao que conhecemos! O que não é o caso, e peço desculpas, mas não é minha intenção ferir susceptibilidades de quem quer que seja.
Os teus "postais ilustrados" da Beira de há muitos anos levam-nos a acreditar que as coisas, hoje, ainda são o que eram. Infelizmente, isso não é verdade.
Lembro-me perfeitamente, ainda, daquele dia em que o "transatlântico" atracou naquela linda cidade e nos deixou ir gozar um dia de folga e, como tu dizes e muito bem, antes das aventuras aquecerem!
Em vez de ir olhar, sentir e apalpar o "moinho" por dentro, preferi reunir-me com a familia que lá residia. Assim que desci a escada do portaló tinha à minha espera o meu Tio Manel que há largos anos trabalhava nos Caminhos de Ferro. Acompanhado da esposa e das duas filhas entendia aquela terra como sua, exactamente como muitos outros milhares de compatriotas lá residentes.
Levou-me a passear pela cidade e suas lindas praias e logo deu para constatar que, não sendo de grande dimensão, era uma terra de beleza exótica, seus prédios de tendencia clara, predominando o branco, com muitas palmeiras em todos os espaços, ruas curtas sem serem grandes avenidas. Lembro-me dum canal construído em cimento,  que atravessava quase toda a urbe, cheio de água emprestando-lhe a frescura necessária num clima tão quente.
Naquele encontro familiar de alegre convivio não podia faltar um belo almoço que tiveram a amabilidade de me oferecerem. O dia terminou com o meu tio a ir entregar-me, são e salvo,  a  bordo do paquete encostado à muralha, a fim de que este me levasse para algures no mato!
Entretanto, passado muitos anos, mais precisamente no ano  2000, e devido às habituais deslocações àquele país, uma linda e simpática amiga  "ronga" (étnia moçambicana) que na época residia na Beira, convidou-me para uns dias de descanso e relax merecidos!
Apesar de envolto em tamanho encantamento, naqueles sete dias  verifiquei que a realidade já era outra, e que a cidade não era a mesma que conheci. Esta, estava muito degradada, os predios envelheceram e perderam a côr, até as palmeiras ficaram menos verdes, apesar dos troncos até meio serem pintados de cal branca ao melhor estilo africano!  Nas  praias desertas, aqui e ali um bar mas de pouca qualidade, um deles que frequentei atraía mais moscas e mosquitos do que clientes! Havia alguma dificuldade na circulação das viaturas uma vez que as estradas de acesso estavam "alcatifadas" de muitos centimetros de areia!  Lembro-me também que na zona do centro a areia e o pó acumulados nas ruas era tanto que chegava à altura dos próprios passeios e calçadas. Sinal, óbvio, da falta de limpeza e do descuido a que aquela terra tinha sido votada.
Mas o pior foi ver com os próprios olhos o tal canal que, quando lá passámos em 1969  tinha um imenso caudal  de água,  em 2000 era uma vala enorme a céu aberto, vazia de água, que servia, não só para a população usar nos seus trajectos, como ainda de autênticas lixeiras e barracos miseráveis aqui ou ali implantados.
Acho que não vou acrescentar mais  apesar de ter,  ainda, um rosário de coisas algo incómodas para contar.   
Mas, para não ser tudo mau resta acrescentar que o conhecido internacionalmente edificio da Estação dos Caminhos de Ferro da Beira (top ten mundial na sua classe), ex-libris da cidade e de Moçambique, mantinha o mesmo aspecto, a mesma qualidade, dando à cidade alguma dignidade.
Entretanto, passaram-se dez anos e não mais voltei à Beira.  Julgo que a situação pouco ou nada se modificou. Naquelas paragens o desenvolvimento, principalmente o de âmbito social, anda a passo de caracol, sempre à espera de eventuais ajudas do exterior.
A Beira é capital da provincia de Sofala que sempre foi governada pelo partido da Renamo, opositor da Frelimo que governa o país.
Termino do mesmo modo que o fiz num outro texto sobre Lourenço Marques/Maputo, intitulado "Contraditório ou talvez não", etiquetado em "Nos intervalos da guerra", dizendo: Há que acreditar mais nos seus estudantes universitários que, concerteza,  irão ser no futuro melhores e mais competentes politicos e saberão tomar nas suas mãos com outra segurança os destinos do seu país. " 
AACastro
27.02.2010


18 fevereiro 2010

CONVITE... e aventura !

(Por: F.Santa)

Aproxima-se o mês de Maio, em que a Primavera nos presenteia com o aroma delicioso do “Pólen” que emana das flores. Numa dança infernal as abelhas recolhem-no e transportam-no para as colmeias de onde sai o mel delicioso. Serve esta introdução, para lembrar a todos que o mês de Maio vai também trazer-nos um dia em que nós vamos estar todos juntos, (temos de estar!) para mais uma vez podermos reviver o nosso passado, contando as nossas aventuras de guerra. É um dia para ver todos aqueles que fizeram parte de uma família, que embora sem laços de parentesco  era uma família. Deixo aqui um apelo aos nossos camaradas. Venham, não se deixem vencer pelas dificuldades da vida, tragam a vossa família. Lembrem-se, que hoje a nossa vida é cronometrada ao milésimo de segundo, pois de um momento para o outro, a “Máquina” para. Ainda falta algum tempo para o dia 1 de Maio, por isso têm todos tempo para preparar a viagem até Coimbra , que o longe, quando a gente tem vontade e quer, faz-se perto.
 
   Camaradas.  Acima falei em aventuras. Aqui vai mais uma. Quando cheguei ao Hospital Militar de Lisboa (Galinheiros de Campolide - assim era conhecido), é  que tive a noção do que eram os feridos de guerra, e estar lá dentro no meio daquele ambiente não era nada agradável. Não podia sair dadas as minhas condições físicas, mas, depois de estar alguns meses internado, tive direito a dispensas de fim-de-semana, só que havia uma dispensa para o Sábado e outra para Domingo, ora se eu quisesse vir a casa não podia. Então tinha que se arranjar uma maneira de contornar a situação. E foi assim: Metia-se só a dispensa de Domingo, como não se podia sair do hospital sem mostrar a dispensa ao porteiro, como é que se fazia? Esperávamos pelos “Táxis” das visitas e de combinação com o motorista entrávamos para o “porta-bagagens” e só saíamos nos Restauradores. Os condutores já sabiam como era e tinham todo o prazer em nos ajudar.
No Domingo de manhã, o Sargento de Dia ia levar a dispensa referente a este dia, se eu não estivesse punha-a em cima da cama. Aqui entrava em acção um colega meu, que agarrava na dispensa e levava-a a um café que havia em frente ao portão do hospital. Mais uma aventura. A dispensa tinha que ter a rubrica do porteiro que estava de serviço nesse dia, sendo assim, o meu colega deixava no café um papel com a rubrica do dito porteiro e eu com papel vegetal transpunha-a para a dispensa. Como vêm era fácil. Só que no dia seguinte era um dia de angústia, pois era o dia em que as dispensas eram fiscalizadas e tudo podia acontecer, mas tudo correu bem até um dia. Tinha eu ido de fim-de-semana, entrei normalmente sem problemas, só que na segunda-feira de manhã veio o oficial de dia notificar-me para ir ao gabinete do director do hospital. Claro, o Santa ficou nem sei! È desta que fui apanhado. Entrar no gabinete foi complicado pois as pernas tinham pouca vontade de andar. Lá entrei. Surpresa das surpresas. O comandante queria informar-me que as minhas malas tinham chegado aos Adidos e era preciso ir levantá-las. Ufa! Que alívio. Tinha sido sétima vez sem sobressaltos, e por ironia do destino a última pois passado pouco tempo fui presente à junta militar.


Termino com um grande abraço:
SANTA
                                            

12 fevereiro 2010

Saudades da Beira

(Por: F. Santa)


Matar saudades por onde passámos também nos faz bem. Quem não se lembra da cidade da Beira? E do famoso rio “Chiveve” e do seu famoso cheiro? Mas já se lembram do “Moulin Rouge”, onde entrámos para matar a sede e ver algumas beldades da época!...


Vai aqui também a estação de caminho de ferro, que já na altura fazia inveja ás nossas cá no “puto”. Aqui, foi a última paragem onde nós ainda pudemos ser um pouco “Turistas,” pois a partir daqui a nossa aventura iria aquecer! Nacala era o nosso próximo destino.



            Já agora leiam:
   Há coisas que parecem impossíveis, e até mesmo irrealizáveis. Mas nada escapa ao estímulo, ao trabalho e á força de vontade.
   Porque nos mortificamos, preocupando-nos com nossas dificuldades, quando podemos engrandecer-nos lutando para vencê-las?
                                
                                                                                            J.A. Rosenkranz                                                                                          
                                                  
                                                         Ex. Furr. Santa        

08 fevereiro 2010

"Os bravos do pelotâo"

(Por F. Santa) 
  




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Aqui está: O comando do Terceiro Pelotão! Da esquerda para a direita: Eu (SANTA), o MIRANDA, Alferes ALCINO (falecido) e o QUINTINO. Digam lá se isto não era um comando à altura e cá com uma pose!!!!



A segunda foto mostra uma torre de vigia de alta segurança! Mais uma vez, vejam o material de protecção lateral, que era do mais sofisticado que havia já não falando da cobertura e do material que sustentava tudo isto de pé!!! Já agora gostava de saber o paradeiro do Quintino, nunca mais apareceu! 
Camaradas, o nosso convívio está em andamento. Já há restaurante, ementa e tudo mais. Vão-se preparando pois o dia 1 de Maio está à porta e eu faço votos para que desta vez não haja desculpas para não estarem presentes. Organizem-se. É mais uma oportunidade para estarmos todos juntos. Brevemente vão ter notícias.

                 Um abraço do   Santa



           

05 fevereiro 2010

A Marrabenta ... (2)


Não sei por que estranhas artes os vídeos aqui publicados no dia 20 de Janeiro foram removidos ...  Em sua substituição vai este, com a mesma "história" da marrabenta,  que, infelizmente, está em piores condições técnicas:




E a tal reportagem da mini-saia também aqui fica, para nosso deleite!






E, sobre Lourenço Marques, vai esta peça, retratando um Moçambique tão diferente do que eu conheci  ...




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04 fevereiro 2010

A RAPAZIADA EM LIONE E CHALA

(Por: A. Paulo)

 

 


A fotografia em Lione foi tirada frente à cantina do Langa e a fotografia em Chala representa o trabalho de “sapa” no nosso aquartelamento.
      Em destaque, além da minha pessoa com uma pá na mão, o Conceição, o Borrego, o Afonso, o Lindeza, o Silva e finalmente o Chora.
      Um abraço do Paulo.