09 outubro 2009

A AVIAÇÃO PRESENTE AO TEMPO


      Que máquinas?.... Quantas eram?.... O que faziam?.... 

(Por A. Paulo) 



      Lembremos hoje os meios aéreos que nos apoiavam nas nossas missões terrestres, com a apresentação de duas fotografias em que destacamos, primeiramente eu e os nossos camaradas da nossa CCav. e depois, como pano de fundo, um avião de carga e transporte de pessoal denominado NORATLAS, o mais barrigudo, e um avião de caça e ataque ao solo chamado FIAT, o mais elegante.
     Estas fotografias foram obtidas na pista militar de Vila Cabral, quando o nosso pessoal ali presente, se preparava, penso eu, para apanhar boleia para Tenente Valadim para se juntar ao resto da Companhia que se encontrava em intervenção em Luatize.
     Ora vejam a simplicidade do nosso camarada Moreira, que trajava à civil, como que a dizer-me que ele era o dono do avião FIAT, mas felizmente ou infelizmente não era dele nem era nosso.
     Este avião a jacto, (em número de dois para o distrito do Niassa e arredores), veio substituir no ano de 1969 o velhinho T-6, aquele mono-motor a hélice do tempo da II guerra mundial, que, quando em altitude, fazia um barulho próprio audível a quilómetros de distância. Graças a Deus foi este avião que  acidentalmente sobrevoou a picada de Tenente Valadim, quando rebentou a mina no Unimog da nossa CCav. e que foi buscar o helicóptero a Vila Cabral para transporte dos feridos.
     E quem não se lembra da avioneta DORNIER, mais conhecida por “DO”!?... Aquela que fez uns voos rasantes ao campo de futebol de Luatize e lançou os sacos com correspondência e carne para a CCav. 2415 que ali se encontrava há mais de três meses e que tinha como castigo fazer IAO (instrução de aperfeiçoamento operacional) por ordem do Com.Sec., pois não havia viaturas de transporte do pessoal  para descanso em Vila Cabral. Destes gajos ficou-me sempre na memória a frase: -“A berliet não é para transporte de pessoal mas sim de carga, as viaturas berliet compram-se e os homens requisitam-se”.
      Tínhamos ainda um helicóptero ALOUETTE III para o distrito do Niassa. Por acaso, às vezes aparecia quando era solicitado. Outras vezes ou estava avariado ou estava a rectificar o motor. Algumas horas perderam estas máquinas a sobrevoar a casa do governador Melo Egídio em Vila Cabral que tinha uma filha bela e moça. Lembram-se?...

Um abraço do Paulo

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3 comentários:

  1. Olá Paulo
    O teu artigo está muito bom.O Noratlas tive o prazer de o conhecer no meu transporte de V. Cabral para o hospital de Nampula quando fui evacuado, este avião era conhecido por "Barriga de Jindung". Mas a verdade é que vocês na fotografia até parecem donos daquilo!
    Então quando é que apareces por Coimbra?

    Um abraço
    Santa

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  2. Como se fosse hoje.
    Acho que as rugas ainda não assaltaram a minha memória!!! E, como é bom recordar.Só lamento não ter conhecido a filha do Melo Egídio tão bem como tu!!!!!

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  3. Melo Egidio, que esteve na cerimónia de imposição de crachás à 18ª. C.Comandos no aeroporto de Vila Cabral em princípios de 1969, faleceu hoje, dia 7/12/2011.
    Rocha da 18ª.

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