27 agosto 2009

Era uma vez...

Pelo F. Santa


MAIS UM POUCO DE HISTÓRIA
        
  Para quem não sabe, comecei a minha guerra nos anexos da E. Prática de Cavalaria em Santarém. Foi aqui que eu levei a “ injecção de cavalo” em duas doses, o que me deu uma spidagem danada. A recruta até nem me correu nada mal, pois eu antes de assentar praça tinha andado na Milícia no Regimento 12 em Coimbra enquanto estudava. Aqui aprendi ordem unida o que me facilitou e muito a recruta. Tive um pequeno susto quando rebentou dentro do paiol uma granada defensiva o que felizmente não causou nada de grave.
Passado a recruta, deram-me a especialidade de “Atirador”e dei entrada mais ao lado na Verdadeira E. P. de Cavalaria. Aqui até os “ilhoses” das botas tinham que andar a brilhar, já para não falar na aplicação militar que era dada pelo então Tenente Pereira Coutinho. Desde a pista de obstáculos até ao famoso “osso de vaca”escondido no estrume que tinha-mos de morder, tudo era possível para nos maltratar. Foi aqui que conheci o Salgueiro Maia e o J. Manuel Casqueiro (Aspirantes) tendo feito uma prova de patrulhas com eles desde a Serra dos Candeeiros até Santarém tendo ganho a mesma, tendo ainda ganho o único louvor (por escrito) por ser o melhor a fazer a cama. Depois no final, veio a “Patrulha da Morte” onde tinha-mos de assinar um documento em que nos perguntavam entre outras perguntas, em caso de morte quem haveriam de avisar! Sem roupa interior, só com o camuflado vestido, o cinto era um cordel e nos pés sapatilhas sem meias, lá fomos de noite para uma vala onde tudo nos aconteceu.
Terminada a especialidade como atirador de Cav.,fui enviado para os Rangers  em Lamego onde estive algum tempo. De lá saí para dar recruta em Castelo Branco e onde também fiz provas de tiro tendo ficado em 2º lugar. Foi aqui que nas vésperas de Natal saiu a minha mobilização. Tendo acabado a recruta aqui, segui para Estremoz para dar nova recruta mas desta vez vejam só, dar recruta “de Panhares” eu atirador de Cav.!!  Enquanto todos iam para os “passarinhos fritos na manteiga”eu ficava na caserna a estudar a mecânica e as comunicações para dar as aulas e depois ainda ir para o meio dos chaparros fazer a guerra, tendo sido o meu comandante o famoso Tenente Tamágnine.
Terminada esta epopeia, daqui parti para Cav.7 onde vos encontrei a todos para partilhar a aventura que nos estava reservada em terras de Moçambique.

    Aproveito para perguntar: Onde está o resto da malta? Será que ninguém mais é capaz de participar? Mal ou bem participem, não se importem de escrever mal, eu também não escrevo muito bem, o que importa é escrever as coisas com palavras soltas e simples de maneira que a gente perceba. Vamos lá. 
  Paulo. Fico á  tua espera.

2 comentários:

  1. B.dia Santa,
    Realmente tens uma história de vida militar surpreendente. Cada episódio é mais rocambolesco do que os anteriores! Este,então, dá para imaginar que até podias ter sido um dos muitos comandantes de batalhão que por lá "passearam". Pelo menos não te livraste dos ensinamentos dos "chicos lateiros"!
    Obg. pela lembrança da foto, dá para matar saudades do nosso amigo Furriel Santos. Meus deuses, como é possivel desaparecer tão precocemente? Reparem só naquela jovialidade. E que estava o nosso amigo Soares perscutando tão atentamente?
    A tua habitual chamada de atenção à malta na ajuda ao blog vem sempre a propósito. Mas, convenhamos que ainda estamos em época de férias (o meu caso, por exemplo, é vitalicio, além de que estou ausente da residencia "oficial" e não tenho à mão o material devido para poder ser mais contributivo), e muita rapaziada anda ainda demasiadamente encalorada! Acho que lá para meados de Setembro as coisas se normalizarão e, aí sim, duma forma ou de outra toda a malta irá dar o seu melhor, para contentamento de todos nós.

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  2. Quem era o furriel Santos?...Todos nós o conhecíamos como o pai dos soldados. Muitos a ele recorriam a pedir ajuda na resolução dos seus problemas pessoais e até pedir dinheiro emprestado. Homem simples, bom camarada e com fé em Deus. Nunca me esquecerei do terço e das orações escritas, que no bolso do camuflado sempre o acompanhavam em todas as deslocações. Estará sempre presente. Meditação. Silêncio profundo. Camarada Paulo

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